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Prefeito de NY critica Bolsonaro e Madonna pede ajuda por Amazônia

Bill de Blasio disse que "mentiras" de Bolsonaro não mudam os fatos e Madonna pediu para que o presidente mude suas políticas

Madonna e Bill de Blasio: reação internacional (Montagem/Exame/Getty Images)
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Clara Cerioni

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 17h20.

Última atualização em 22 de agosto de 2019 às 19h09.

São Paulo — O prefeito de Nova York , Bill de Blasio, usou o Twitter nesta quinta-feira (22) para criticar Jair Bolsonaro pelos incêndios que têm atingido a Amazônia Legal.

"As mentiras de Bolsonaro não mudam os fatos. Desmatamentos na Amazônia cresceram 67% desde que ele chegou ao poder", afirma o democrata.

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O político, que é pré-candidato pelo partido Democrata para concorrer às eleições presidenciais de 2020 em oposição a Donald Trump, escreveu ainda que estão em risco a Amazônia, as comunidades indígenas e "todo o planeta Terra".

A publicação veio em resposta a uma série de tuítes publicados em inglês por Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República, e retuitada por Bolsonaro.

Filipe pediu para as pessoas "pararem de mentir" sobre os incêndios na Amazônia: "Deus não gosta de mentirosos".  Ele reclamou da mídia e disse que há "desprezo básico" pelos dados.

No entanto, ele apresentou como sendo de 2019 um dado que é de 2018, mostrando devastação de 7.500 quilômetros quadrados da floresta.

Martins já havia chamado o prefeito de NY de “toupeira” em abril após de Blasio ter incentivado o cancelamento de um evento no Museu de História Natural que homenagearia Bolsonaro.

Após várias trocas de local e da retirada do patrocínio de empresas, o evento acabou acontecendo no Texas.

Madonna também fez uma postagem sobre o assunto lamentando pelos indígenas, animais e plantas que vivem na floresta e fazendo um pedido:

"Presidente Bolsonaro por favor mude suas políticas e ajude não apenas o seu país mas o mundo inteiro! Nenhum desenvolvimento econômico é mais importante do que proteger esta terra".

A cantora foi uma das figuras internacionais que aderiu ao movimento #EleNão na época das eleições no ano passado.

https://www.instagram.com/p/B1emtcjhSz4/

Contexto

O presidente Jair Bolsonaro voltou a sugerir nesta quinta-feira (22), sem apresentar qualquer evidência, que organizações não-governamentais podem estar por trás de alguns incêndios.

O presidente, que nega as mudanças climáticas e defende que as reservas indígenas e as zonas protegidas da floreta sejam abertas a atividades agropecuárias e à mineração, voltou a criticar o que chama de “psicose ambiental” que obstruiria o desenvolvimento do país.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou nesta semana queas notícias sobre os resultados das queimadas eram falsas e criticou o “sensacionalismo ambiental” sobre o tema.

Nas redes sociais, a hashtag #ForaSalles ganho destaque nesta quinta-feira (22) e dois senadores da REDE pediram seu impeachment ao STF.

Além de negar qualquer responsabilidade pela piora do cenário, o governo federal tem questionado os dados que mostram alta na devastação.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre janeiro e agosto deste ano, as queimadas aumentaram 83% em relação ao mesmo período do ano passado.

No começo deste mês, o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, foi exonerado após reagir a frases de Bolsonaro insinuando que os dados são mentirosos e que eleestaria “a serviço de alguma ONG".

Pessoas ao redor do Brasil organizam manifestações contra o desmatamento. Em São Paulo, os atos acontecem nesta sexta-feira (23).

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