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Marina e uma marca das eleições: a disputa pelos evangélicos

Em reaproximação com os religiosos, a presidenciável é a convidada de uma roda de debate na Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo

Marina Silva: Ex-ministra e ex-senadora garante que defenderá o Estado laico, apesar de sinalizar aos evangélicos (Antonio Milena/VEJA)

Marina Silva: Ex-ministra e ex-senadora garante que defenderá o Estado laico, apesar de sinalizar aos evangélicos (Antonio Milena/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2018 às 05h55.

Última atualização em 13 de julho de 2018 às 07h04.

Apesar de garantir que a religião não afetará seu eventual governo, a pré-candidata da Rede Sustentabilidade, ex-ministra Marina Silva, tem encontro marcado com evangélicos nesta sexta-feira. A presidenciável é a convidada de uma roda de debate na Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo, às 20 horas. Trata-se de uma reaproximação com os religiosos, um dos grupos de apoio buscados pelos principais candidatos ao Planalto este ano.

O grupo representa hoje aproximadamente um terço da população, perdendo apenas para os católicos, que ainda ocupam fatia maior que 50% dos brasileiros. Ainda assim, a agenda de Marina é uma bola dividida com outros três candidatos, em especial. O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e o empresário Flávio Rocha (PRB) apostam no poder dos evangélicos para alavancar votos.

As bandeiras não poderiam ser mais diferentes. Enquanto Marina fala em Estado laico, Bolsonaro e Rocha pregam a “moralização” da família. Meirelles, até aqui, tenta se mostrar como religioso e preocupado com as reivindicações de religiosas. O PRB, de Rocha,  é na teoria o partido representante máximo dos evangélicos na política, por meio da Igreja Universal do Reino de Deus. Mas, além de Marina, só Bolsonaro, hoje líder das pesquisas de intenção de voto, ganhou sinalização positiva do partido.

Os outros candidatos precisam mostrar ser capazes de aproveitar os votos evangélicos para turbinar suas campanhas. Afinal, mais do que defender as bandeiras sociais e políticas caras à religião, o que importa mesmo é conseguir votos.

No fundo, é como diz o filósofo Joel Pinheiro da Fonseca em sua coluna em EXAME. “Direita, esquerda, centro; evangélicos, católicos, ateus. Todos são campo aberto para o jogo em que os políticos são especialistas: fazer-nos acreditar que lutam por ideias quando na verdade se articulam por pessoas.” A ver que tática Marina trará para campo.

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