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Manifestantes contrários a Lula fazem carreata na zona sul do Rio

A partir das 19h45, os manifestantes iniciaram carreata saindo de Copacabana rumo ao Leme, depois Ipanema e Leblon.

Manifestação a favor da condenação de Lula no Rio de Janeiro. 23 de janeiro de 2018. REUTERS/Ricardo Moraes (Ricardo Moraes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 20h45.

Última atualização em 24 de janeiro de 2018 às 06h24.

Rio de Janeiro - Centenas de pessoas participaram, na noite desta terça-feira, 23, de um ato em Copacabana, na zona sul do Rio, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva .

O evento foi organizado pelo Vem pra Rua (VPR), movimento criado durante os protestos que culminaram com o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.

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Os manifestantes se reuniram na altura do posto 5 da Avenida Atlântica, a partir das 18h30, e seguiram em caminhada até a Rua República do Peru, no mesmo bairro. Dali voltaram ao posto 5, de onde iniciaram, às 21h30, uma carreata até Ipanema, na mesma região.

O humorista Marcelo Madureira afirmou em discurso que "não temos ódio" e que a pressão contra Lula "não é vingança", mas sim uma cobrança para "que a Justiça seja aplicada a todos, inclusive ao presidente da República".

Ele cobrou a condenação de outros políticos e citou os senadores Romero Jucá (MDB-RR), Renan Calheiros (MDB-AL), Jader Barbalho (MDB-PA), Fernando Collor (PTC-AL) e o presidente Michel Temer.

Adriana Balthazar, líder do Vem pra Rua no Rio, também discursou, e disse que "nosso movimento nunca foi pelo impeachment de Dilma, mas sim pelo fim da corrupção" no Brasil. "Tenho muito orgulho de liderar um movimento que também bateu muito no Temer", afirmou.

Em outro momento da caminhada, ela elogiou "essa gente linda" do "nosso" protesto, e o comparou com um ato realizado há uma semana por apoiadores de Lula, classificados como "carrancudos", "cheios de ódio e baixo astral". Balthazar também sugeriu que as pessoas entrem com ações contra Lula para tentar evitar que ele faça campanha eleitoral. "Alguém para esse homem!", pediu.

Outros líderes do VPR afirmaram que "amanhã (dia 24) começa um novo Brasil, em que todos são iguais perante a lei", e classificaram Lula como o responsável pelos esquemas de corrupção descobertos no governo do Estado do Rio - "sem o apoio de Lula, (o ex-governador) Sérgio Cabral (MDB) jamais seria eleito", afirmaram.

O delegado da Polícia Federal Jorge Pontes também discursou e disse que a condenação de Lula será "uma redenção para a sociedade brasileira". "Tem uma cadeia esperando por você, Lula", afirmou. Os manifestantes exibiam cartazes e faixas com críticas ao ex-presidente, e muitos vestiam camisetas alusivas à possível prisão dele. Foram muito repetidos coros como "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão" e "não é vermelha a bandeira brasileira", em referência à cor símbolo do PT.

A Avenida Atlântica foi fechada, no sentido Leme, às 18h55, e permaneceu parcialmente interditada pelo menos até as 21h30.

Camelôs venderam caipirinhas, bandeiras e bonecos de Lula com roupa de presidiário (o chamado Pixuleco), a R$ 10. O movimento Vem pra Rua também estava vendendo camisetas e pulseiras para arrecadar fundos para seus eventos. "Aqui todo mundo é voluntário e põe a mão no bolso", afirmou Adriana Balthazar.

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