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"Mais vale eliminar uma fila do que construir um viaduto", diz Bruno Covas

Discurso foi feito três dias após João Doria (PSDB) deixar o cargo de chefe do Executivo municipal para disputar candidatura ao governo estadual

Bruno Covas: novo prefeito de SP afirmou que sua gestão "não será contaminada por questões eleitorais" (Facebook/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de abril de 2018 às 13h45.

São Paulo - Em seu primeiro pronunciamento como prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) afirmou nesta segunda-feira, 9, que sua gestão "não será contaminada por questões eleitorais" e destacou que terá como foco transformações sociais em educação e saúde.

"Sou daqueles que acreditam que mais vale eliminar uma fila do que construir um viaduto", afirmou, indicando que trabalhará para a criação de 85 mil vagas em creches e para concluir 7 Unidades Básicas de Saúde.

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O discurso foi feito três dias após João Doria (PSDB) deixar o cargo de chefe do Executivo municipal para disputar candidatura ao governo estadual. Covas também prometeu retomar as obras paradas dos CEUs, reformar 28 centros esportivos, concluir o Hospital da Brasilândia, contratar equipes do Programa de Saúde da Família e criar prontuário eletrônico.

O novo prefeito reforçou que seguirá as promessas feitas por Doria na campanha eleitoral de 2016 e o plano de metas estabelecido pela gestão. "Tivemos mudança de piloto, mas o rumo a direção a rota continuam os mesmos", afirmou.

Evento

De terno cinza e gravata laranja, Covas chegou por volta das 10h no Hall do Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura. Ao lado de Covas estava o ex-prefeito João Doria (PSDB), que não discursou.

Covas disse que tem pressa e que "é tempo de arregimentar recursos". "Tenho pressa. São apenas 33 meses que temos pela frente pra pagar a minha divida de gratidão. Não é muito tempo", disse. Em seguida, citou uma frase de Martin Luther King - "O tempo é sempre certo para fazer o que está certo". Citou ainda Aristóteles e versos de Gonzaguinha.

O novo prefeito citou o avô Mário Covas, prefeito de São Paulo entre 1983 e 1986. "Como lembrou Mário Covas em seu discurso de posse como prefeito de São Paulo, não é sem razão que o vocábulo política encontra sua raiz na expressão polis, isto é, cidade", disse Bruno Covas.

Sobre o programa de desestatizações, que prevê a concessão de 55 projetos à iniciativa privada, o novo prefeito disse que os recursos obtidos servirão para desonerar a máquina pública e serão gastos nas áreas de saúde, educação e segurança pública.

Em relação aos 15 meses de Doria à frente do Executivo, o novo prefeito classificou o como "audaciosos".

Covas exaltou a criação de 17 Centros Temporários de Acolhida (CTA), a inclusão de 2 mil pessoas no programa Trabalho Novo, títulos de propriedade e unidades habitacionais entregues, a PPP da Habitação em parceria com o governo estadual, o Corujão da Saúde, o aumento de câmeras de 75 para 1.505, a criação do programa de desestatização e a realização do Carnaval de rua.

Antes de Covas iniciar o discurso, um apoiador gritou "1, 2, 3, é Covas outra vez". Vereadores, deputados estaduais e federais, secretários, prefeitos regionais, lideranças religiosas e prefeitos da região metropolitana participaram da solenidade. Representando o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), estava o secretário de Justiça, Márcio Elias Rosa.

No discurso em nome dos secretários, Júlio Semeghini, líder da pasta de Governo, exaltou o governo de Mário Covas Neto, avô do novo prefeito.

O presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite, disse que em um ano e quatro meses o ex-prefeito Doria "trabalhou o correspondente a quatro anos". Leite se colocou à disposição de auxiliar o novo prefeito na gestão, mas destacou que "os recursos são muito poucos". "Temos de trabalhar muito para transformar o pouco em muito", disse.

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