Trabalhadores sem carteira assinada não tem benefícios como seguro desemprego e licença maternidade (Jorge Rosengerb/VEJA)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - As mulheres negras (pretas e pardas) estão em situação pior no mercado de trabalho que as brancas, revela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (17), mostrando que elas são maioria entre as trabalhadoras informais.
A pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais 2009 destaca que enquanto metade das mulheres pretas (54,1%) e pardas (60%) trabalham sem carteira assinada, portanto, sem direito a benefícios como seguro desemprego e licença maternidade, o percentual de brancas na mesma situação é de 44%.
A situação contrasta com o fato de "um tipo de família mais vulnerável", segundo o documento, ser o de mulheres sem cônjuge, com filhos pequenos, cujos percentuais de mães pretas é de 23,3% e pardas, de 25,9%. Famílias nessas condições com mulheres brancas representavam 17,7% do total.
De acordo com o IBGE, a situação menos favorável das mulheres negras se dá em função da escolaridade e da renda. "Quando consultamos menores rendimentos, a maioria se declara preta ou parda. Tem uma correlação entre escolaridade, renda e cor flagrante", justificou a pesquisadora, Ana Lúcia Sabóia.
Do total da população, a informalidade é maior entre as mais jovens e mais velhas. Entre aquelas de 16 a 24 anos, é de 69,2% e entre as com mais de 60 anos, de 82,2%. Segundo a pesquisa, os dois segmentos concentram pessoas com mais dificuldade de conseguir emprego.
"No caso da mais jovens, pode ser também pela dificuldade de conciliar emprego e estudos, e, no caso das mais idosas, o retorno de aposentadas e pensionistas ao mercado", diz o texto.
Em relação à posição na ocupação, a síntese destaca que os brancos eram 6,1% dos empregadores, enquanto os pretos eram 1,7% e os pardos, 2,8%. A maioria da população negra trabalhava sem carteira (17,4% entre os pretos e 18,9% entre os pardos). Entre os brancos, o percentual era de 13,8%.
Leia mais sobre emprego
Siga as últimas notícias de Economia no Twitter