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Maia sugere cortar salário dos 3 Poderes para prorrogar auxílio de R$ 600

Governo reafirmou, nesta terça-feira, que a equipe econômica prevê o pagamento de duas novas parcelas do auxílio emergencial, de R$ 300 mensais

Rodrigo Maia: parlamentar diz que deputados e senadores estão abertos para dialogar sobre reduções de salários (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de junho de 2020 às 18h00.

Última atualização em 9 de junho de 2020 às 18h39.

Apesar de o governo dar como certa a prorrogação do auxílio emergencial por um valor menor dos que os atuais 600 reais, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 9, que uma redução no benefício precisa passar pelo Congresso. Ele sugeriu um corte linear nos salários de membros dos três Poderes para bancar o benefício no valor de 600 reais por mais tempo.

"O governo tem autorização para renovar a renda emergencial pelo mesmo valor, a lei não permite reduzir o valor. Se o governo for reduzir o valor, precisa encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta que será votada com urgência certamente pela Câmara e pelo Senado", declarou.

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Bolsonaro reafirmou, nesta terça-feira, que a equipe econômica prevê o pagamento de duas novas parcelas do auxílio emergencial, de 300 reais mensais, e que está disposto a aumentar esse valor se os parlamentares aceitarem diminuir os próprios salários como medida de compensação.

"A ideia da equipe econômica são mais duas parcelas, talvez de 300 reais. Sei que tem parlamentar que quer mais duas de 600 reais. Se tivermos um programa para diminuir salários de parlamentares, tudo bem, eu pago até 1.000 reais por mês, não tem problema nenhum", disse Bolsonaro ao sair do Palácio da Alvorada, ao final da manhã, após reunião ministerial.

Em relação às declarações, o presidente da Casa disse que deputados e senadores estão abertos para dialogar sobre reduções de salários para bancar as novas parcelas do auxílio no valor de 600 reais.

"Se todos os Poderes topassem cortar um valor que seja por seis meses, 10%, ou um percentual maior por menos tempo, para garantir os 600 reais, eu tenho certeza de que o Parlamento vai participar e vai defender. Não tem nenhum problema", afirmou.

Maia, contudo, ressaltou que o salário dos parlamentares não seria suficiente para cobrir as despesas. "O salário dos parlamentares em relação aos custos tem uma diferença um pouco grande. Vai ficar distante para cobrir, mas se todos os três Poderes estiverem de acordo para cortar salários por alguns meses, para garantir os 600 reais, o Parlamento está disposto a sentar à mesa e conversar", argumentou.

Sobre o debate relacionado à renda mínima, Maia afirmou que é uma discussão fundamental, mas que a mudança não é feita "da noite para o dia." "Renda mínima é um debate fundamental. Temos muitos programas que têm pouca efetividade, que atendem mal com foco distorcido em relação à base da sociedade", disse.

Ele defendeu um debate ampliado do tema no Congresso no período pós-pandemia. "Não é da noite para o dia que você vai criar um programa permanente. Acredito que esse debate vai continuar depois da pandemia e vai ser feito um debate no Parlamento, que é onde se constrói soluções para esse tipo de tema. Precisa de legislação", disse.

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