Maia repete tom conciliatório e promete foco na Previdência após vitória
Maia diz que aprovar o tema “só com os votos do governo não me parece simples”, evocando a incerteza sobre o tamanho da coalizão de Bolsonaro
João Pedro Caleiro
Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 22h02.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2019 às 22h29.
São Paulo - No seu discurso de vitória, Rodrigo Maia , eleito presidente da Câmara dos Deputados , repetiu o tom conciliatório que marca sua atuação política e garantiu sua vitória ampla, por 334 votos entre 513 deputados.
“Construímos uma aliança partidária bonita”, disse Maia, conhecido por ter bom trânsito em um amplo espectro político.
Ele prometeu uma Presidência que “represente os 513 deputados” e citou nominalmente trabalhar com partidos “do PT ao PP ao PSL”.
Ele também agradeceu sua família, seus concorrentes para a Presidência do Senado, e se emocionou ao citar o pai, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia.
Maia adiantou que terá muitos “desafios” e prometeu “modernizar as leis, simplificá-las e comandar as reformas de forma pactuada”.
Para a Globo News, ele disse que a pauta econômica “supera as outras”, como a da segurança, e que vai reorganizar o Estado brasileira começando pela Previdência.
Maia apontou que aprovar o tema “só com os votos do governo não me parece simples”, evocando a incerteza sobre o tamanho da coalizão para aprovar emendas parlamentares.
O governo vem prometendo negociar via frentes temáticas e não mais com líderes partidários via troca de cargos e recursos.
O novo presidente da Câmara citou o apoio dos governadores, inclusive da oposição citando nominalmente dois governadores petistas: Camilo Santana, do Ceará, e Wellington Dias, do Piauí.
Os estados brasileiros estão ainda mais pressionados do que a União na questão da Previdência e os governadores, tanto da situação e da oposição, vem sido apontados como um forte fator de pressão para uma reforma.
O comprometimento público de Maia com reformas econômicas desde sua gestão no governo de Michel Temer foi um dos motivos que o levaram a garantir o apoio do PSL.
O partido do presidente Jair Bolsonaro tem hoje, empatado com o PT, a maior bancada da Câmara.