Maia diz que se ampliar prazo, reforma não será votada nunca
Para Maia, a semana será de "solução", uma vez que o texto da reforma não está pronto
Reuters
Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 20h28.
Brasília - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira que a votação da reforma da Previdência vai ocorrer neste mês, acrescentado se o prazo para isso for ampliado, a proposta não será votada nunca.
"Fevereiro, fevereiro (é o prazo final), se a gente ampliar o prazo, não vota nada. Fevereiro e ponto final, acho que tem tempo e todo mundo tem clareza do seu problema fiscal", disse Maia, em entrevista coletiva após a cerimônia que marcou a abertura do ano Legislativo.
Para Maia, a semana será de "solução", uma vez que o texto da reforma não está pronto. O governo avalia fazer novas concessões para garantir os votos necessários para aprovar a proposta.
O presidente da Câmara defendeu que se construa uma solução até a semana do 19 de fevereiro, dia agendado para iniciar a votação da proposta, e sugeriu trazer os governadores para esta solução.
Ele repetiu que "não havia os 308 votos" para aprovar a reforma, mas destacou que com diálogo poderá se construir um caminho.
Antes da cerimônia, Maia reuniu-se com 10 governadores que cobraram sugestões para melhorar as contas públicas. Ele disse que está sendo elaborado pelo economista Raul Velloso e por técnicos da Câmara uma proposta de criação de um fundo para ajudar em despesas previdenciárias.
"Acho importante que está acontecendo o diálogo, o tempo é curto, pode-se construir algum caminho para se avançar no lado das despesas para que a gente não conviva todo o ano com o mesmo problema, todo ano acaba governadores e prefeitos vindo à Brasília atrás de recursos", disse.
Questionado se houve o compromisso de os governadores apoiarem a reforma da Previdência, Maia disse apenas que está havendo diálogo. "(Você) está mais ansioso que eu (risos). Precisa ter paciência, eles têm interesse em resolver alguns temas", respondeu ele, a uma pergunta feita.
"Eles sabem que a questão previdenciária está fora de controle, para eles e para a União. Claro que a União tem a vantagem que pode emitir dívida, emitir dinheiro", acrescentou.