Lula também “mandou” reforma da Previdência, diz Temer
Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), admitiu que a reforma da Previdência não será aprovada tão cedo
Talita Abrantes
Publicado em 11 de setembro de 2016 às 15h54.
São Paulo — Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente da República, Michel Temer ( PMDB ), admitiu que a reforma da Previdência não será aprovada tão cedo. Essa era uma das principais quedas de braço entre Congresso e Planalto desde o impeachment de Dilma Rousseff.
O governo queria enviar o texto da reforma o mais rápido possível — de preferência, antes das eleições municipais. A Câmara dos Deputados afirmou que só iria olhar para o documento depois do pleito.
“Acho que não se consegue aprovar cedo. Vamos mandar, vai ter movimento de rua e vai levar tempo. Duvido que se discuta se tiver segundo turno nas eleições municipais”, disse Temer revelando ter perdido tal disputa.
Segundo o presidente, medidas como essa são apenas “aparentemente impopulares”, mas que no fundo são populares e foram adotadas por outros governos.
“O Lula mandou reforma da Previdência, o Fernando Henrique mandou reforma da Previdência. Hoje há uma guerra dizendo que o Temer vai acabar com os direitos trabalhistas. Eu não disse em nenhum momento isso. O que estou dizendo é reafirmar algo já feito pelo ex-governo”, disse.
Temer voltou a afirmar que bastar seguir a Constituição para resolver o problema do rombom da Previdência. “Vocês sabem que na Constituição já está escrito que na Previdência geral você só se aposenta pela soma de duas condições: 35 anos de contribuição se homem, e 30 anos, se mulher; e 65 anos (de idade) se homem e 60, se mulher”, afirmou.
Reajuste do STF
Ao Globo, Temer também disse que é contra o reajuste do salário dos ministros do STF. “Isso daí gera uma cascata gravíssima”, afirmou o peemedebista ao jornal.
Nesta semana, o adiamento da votação da proposta no Senado Federal foi encarada como uma das primeiras derrotas do novo governo efetivo. Segundo Temer, ele só aprovou o aumento para outras categorias porque Dilma Rousseff (PT) já havia firmado acordos nesse sentido antes dele assumir como interino.
“O que está escrito tem de ser cumprido. Convenhamos, assumi interinamente. Vocês imaginaram servidores do Judiciário parados, do Ministério Público parados, do Tribunal de Contas, Receita, Polícia Federal, com a Olimpíada às portas?”, disse.
Questionado sobre os protestos contra o seu governo, Temer disse que os encara com naturalidade e afirmou que fazer nova eleição para presidente agora é inconstitucional.
"Sempre se fala: 'Ah, mas o Temer não foi eleito'. A eleição se deu com apoio do PMDB, nós ganhamos a eleição por 3,2 milhões de votos. Sem o PMDB, a campanha perderia 4 minutos e meio de rádio e televisão. Tivemos ainda 23 diretórios estaduais apoiando. Será que esses estados não deram 1,6 milhão de votos para a chapa?", disse.
Ele também negou qualquer interferência na Lava Jato. Em entrevista a VEJA desta semana, o ex-advogado-geral da União Fábio Medina Osório, demitido na última sexta-feira, afirmou que teria sido dispensado "porque o governo não quer fazer avançar as investigações que envolvam aliados".
Veja também:Os fantasmas que assombram nova fase do governo Temer
São Paulo — Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente da República, Michel Temer ( PMDB ), admitiu que a reforma da Previdência não será aprovada tão cedo. Essa era uma das principais quedas de braço entre Congresso e Planalto desde o impeachment de Dilma Rousseff.
O governo queria enviar o texto da reforma o mais rápido possível — de preferência, antes das eleições municipais. A Câmara dos Deputados afirmou que só iria olhar para o documento depois do pleito.
“Acho que não se consegue aprovar cedo. Vamos mandar, vai ter movimento de rua e vai levar tempo. Duvido que se discuta se tiver segundo turno nas eleições municipais”, disse Temer revelando ter perdido tal disputa.
Segundo o presidente, medidas como essa são apenas “aparentemente impopulares”, mas que no fundo são populares e foram adotadas por outros governos.
“O Lula mandou reforma da Previdência, o Fernando Henrique mandou reforma da Previdência. Hoje há uma guerra dizendo que o Temer vai acabar com os direitos trabalhistas. Eu não disse em nenhum momento isso. O que estou dizendo é reafirmar algo já feito pelo ex-governo”, disse.
Temer voltou a afirmar que bastar seguir a Constituição para resolver o problema do rombom da Previdência. “Vocês sabem que na Constituição já está escrito que na Previdência geral você só se aposenta pela soma de duas condições: 35 anos de contribuição se homem, e 30 anos, se mulher; e 65 anos (de idade) se homem e 60, se mulher”, afirmou.
Reajuste do STF
Ao Globo, Temer também disse que é contra o reajuste do salário dos ministros do STF. “Isso daí gera uma cascata gravíssima”, afirmou o peemedebista ao jornal.
Nesta semana, o adiamento da votação da proposta no Senado Federal foi encarada como uma das primeiras derrotas do novo governo efetivo. Segundo Temer, ele só aprovou o aumento para outras categorias porque Dilma Rousseff (PT) já havia firmado acordos nesse sentido antes dele assumir como interino.
“O que está escrito tem de ser cumprido. Convenhamos, assumi interinamente. Vocês imaginaram servidores do Judiciário parados, do Ministério Público parados, do Tribunal de Contas, Receita, Polícia Federal, com a Olimpíada às portas?”, disse.
Questionado sobre os protestos contra o seu governo, Temer disse que os encara com naturalidade e afirmou que fazer nova eleição para presidente agora é inconstitucional.
"Sempre se fala: 'Ah, mas o Temer não foi eleito'. A eleição se deu com apoio do PMDB, nós ganhamos a eleição por 3,2 milhões de votos. Sem o PMDB, a campanha perderia 4 minutos e meio de rádio e televisão. Tivemos ainda 23 diretórios estaduais apoiando. Será que esses estados não deram 1,6 milhão de votos para a chapa?", disse.
Ele também negou qualquer interferência na Lava Jato. Em entrevista a VEJA desta semana, o ex-advogado-geral da União Fábio Medina Osório, demitido na última sexta-feira, afirmou que teria sido dispensado "porque o governo não quer fazer avançar as investigações que envolvam aliados".
Veja também:Os fantasmas que assombram nova fase do governo Temer