Lula diz que estará pronto para concorrer à reeleição em 2026, mas espera não ser 'necessário'
Presidente indica possibilidade de renovação política e discute ajuste fiscal com ministros
Agência de notícias
Publicado em 8 de novembro de 2024 às 18h34.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está pronto para "enfrentar a extrema-direita " nas eleições presidenciais de2026 caso não haja outro nome apto no partido, mas ressaltou que espera "não ser necessário". O comentário foi feito em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN, gravada na quinta-feira e exibida nesta sexta, 8.
“Eu tenho o compromisso de entregar este país com uma economia equilibrada e menos desemprego. Vou deixar para pensar em 2026, em 2026”, afirmou o presidente.
Segundo ele, a discussão será feita com seriedade e sobriedade junto aos partidos que o apoiam. “Se, na hora certa, decidirem que não há outro candidato para enfrentar uma pessoa da extrema-direita, negacionista, obviamente estarei pronto para enfrentar. Mas espero que não seja necessário. Espero que tenhamos outros candidatos e possamos promover uma grande renovação política no Brasil e no mundo”, disse Lula à CNN.
Renovação política
Lula destacou que escolher um candidato jovem para a disputa eleitoral não resolveria as questões de governança: “ Governar não é praticar esporte; não é a juventude que vai resolver o problema da governança. O que vai resolver é a competência, o compromisso, a saúde e a capacidade do governante.”
O presidente também minimizou a possível influência da relação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Donald Trump sobre uma candidatura de Bolsonaro em 2026, declarando: “Ele era presidente e eu o derrotei. Se ele estava apoiando Trump, ele não tem voto nos Estados Unidos.”
Ajuste fiscal
A entrevista de Lula foi ao ar enquanto ministros se reúnem com o presidente no Palácio do Planalto para discutir o ajuste fiscal. Com reuniões acontecendo ao longo da semana, ainda não houve uma definição, o que tem gerado tensão entre os ministros que podem ver cortes em suas pastas, além de repercussão no mercado financeiro. A Bolsa de São Paulo (B3) fechou em queda ontem, divergindo das altas em outros mercados globais.
Temas como seguro-desemprego, abono salarial (PIS/Pasep) e ajustes em programas sociais se tornaram pontos de discussão nas reuniões de corte de gastos realizadas esta semana no Planalto.