Lula: Na carta, enviada da carceragem da PF em Curitiba, ex-presidente diz que é candidato porque não cometeu nenhum crime (Fernando Donasci/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 21h22.
Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 21h45.
São Paulo - O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou em suas redes sociais uma carta na qual lamenta seu não comparecimento ao debate desta quinta-feira, 9, na TV Bandeirantes - o primeiro da campanha eleitoral nas eleições 2018. No texto, que foi divulgado nas redes sociais do petista, Lula, condenado e preso pela Operação Lava Jato desde abril, diz que a decisão da Justiça Federal de impedir sua participação no programa viola o direito do povo brasileiro e também dos outros candidatos de discutir as propostas de sua candidatura.
"A candidatura que lidera as pesquisas é impedida de debater com as demais suas propostas e ideias defendidas por milhões de brasileiros", diz Lula no texto. "Viola também a liberdade de imprensa, impedindo que um veículo de comunicação cumpra seu dever de informar e proibindo o público de exercer seu direito de ser informado. O nome disso é censura."
Na carta, enviada da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, Lula diz ainda que é candidato porque não cometeu nenhum crime e deixou o cargo em 2010 com avaliação positiva recorde de 87%. "O Brasil precisa debater seu futuro de forma democrática. Ter eleições onde o povo, que já viveu dias melhores em um passado recente, possa escolher que caminho quer para o País, com a participação de todas as forças políticas da nação", concluiu.
Mais cedo, a desembargadora Cláudia Cristina Cristofani, do Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4), negou o mandado de segurança do PT que pedia a participação do ex-presidente no debate. Os advogados do ex-presidente tinham entrado na quarta-feira com um recurso contra a decisão da juíza Bianca Arenhart, também do TRF-4, que negou o pedido para que o petista participe do debate eleitoral.
Ainda da prisão, Lula disse, segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, que o visitou nesta tarde, que o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, seu candidato a vice, será "sua voz e pernas" enquanto ele estiver preso.