Lira convoca reunião de líderes para debater composição da mesa diretora da Câmara em 2025
Segundo aliados do presidente, decisão do ministro do STF Flávio Dino de suspender o pagamento de emendas também deve ser debatida pelos parlamentares
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 26 de dezembro de 2024 às 11h51.
Última atualização em 26 de dezembro de 2024 às 13h20.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), convocou uma reunião de líderes para às 15h desta quinta-feira, 26, informaram à EXAME aliados do parlamentar. Alguns deputados são esperados presencialmente na residência oficial da Câmara e outros participarão remotamente.
A composição da mesa diretora da Câmara em 2025 é o tema central da reunião, que deve terHugo Motta(Republicanos-PB) como presidente eleito em fevereiro.
Mas aliados de Lira também afirmaram reservadamente que a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender o pagamento de R$ 4,2 bilhões de emendas deve ser debatido pelas lideranças partidárias.
Bloqueio de emendas
A reunião convocada por Lira ocorre três dias após o magistrado determinar o bloqueio e uma investigação da Polícia Federal sobre a liberação de recursos.A decisão de Dino se deu com base em um mandado de segurança do PSOL.
Um ofício enviado pela Câmara ao governo mudou a destinação de parte das emendas de comissões previstas para serem liberadas na reta final do ano.
O documento leva a assinatura de 17 líderes de partidos e pede a execução de R$ 4,2 bilhões que já estavam previstos no Orçamento de 2024, mas estavam bloqueados desde uma decisão do STF de agosto.
Deste valor, porém, R$ 180 milhões são referentes a "novas indicações", sendo que 40% (R$ 73 milhões) são direcionados ao Estado de Alagoas, reduto eleitoral de Lira.
O documento com a assinatura dos líderes foi enviado pela Câmara no mesmo dia em que Lira determinou a suspensão de reuniões das comissões da Casa com o argumento de dar celeridade às tramitações das pautas econômicas no plenário. Assim, segundo presidentes dos colegiados, as novas indicações não passaram pelo referendo dos grupos.