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Lira chama de coincidência desfile militar em dia de PEC do voto impresso

Em entrevista a site, presidente da Câmara afirma que presidente Jair Bolsonaro garantiu que desfile não tem o intuito de ameaçar o Legislativo

Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). (Pablo Valadares/Agência Câmara)
AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de agosto de 2021 às 07h53.

O presidente da Câmara, Arthur Lira , afirmou nesta segunda-feira que o desfile militar com a presença de blindados marcado para esta terça-feira, dia da votação da PEC do voto impresso . é uma “trágica coincidência de datas”. Em entrevista ao site "O Antagonista", Lira disse que "quer acreditar que o movimento já estava programado" e que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) garantiu que a parada não tem o intuito de ameaçar o Legislativo.

— Eu encaro isso como uma trágica coincidência. Não é que eu apoie essa demonstração. É bem verdade que essa Operação Formosa acontece desde 1988 aqui em Goiás, então não é alguma coisa que foi inventada. Mas também nunca houve um desfile na Esplanada dos Ministérios, na frente Palácio do Planalto. Com relação à votação, nós não deveremos ter problema. Se os deputados quiserem, a gente pode adiar a votação. Eu quero acreditar que este movimento já estava programado. Só não é usual. Não sendo usual, em um país que está polarizado, isso dá cabimento para que se especule algum tipo de pressão — afirmou.

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Lira disse ainda que falou com Bolsonaro sobre o assunto e que ele lhe garantiu que o evento não tem o intuito de ameaçar o Legislativo. Segundo ele, o presidente o convidou para participar do ato, mas não disse na entrevista se aceitou o convite.

— Eu falei com o presidente, que nos garante que não havia esse intuito, que está convidando a Câmara e o Senado para participar desse convite.

O presidente da Câmara disse nesta segunda-feira, em entrevista à rádio CBN, que o presidente Jair Bolsonaro lhe garantiu respeitar o resultado da votação da proposta do voto impresso, mesmo que saia derrotado. Lira também disse pensar que "as chances de aprovação podem ser poucas", mas, caso seja confirmada a rejeição do voto impresso, acredita que a situação atual não pode continuar como é hoje. Segundo ele, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) terão de encontrar medidas administrativas para "serenar as dúvidas" que há em relação ao sistema eletrônico de votação, com medidas mais firmes do que a testagem de 100 urnas.

A comissão especial da Câmara que analisou a proposta de emenda constitucional (PEC) do voto impresso recomendou na semana passada seu arquivamento. Mesmo assim, num movimento que foge à praxe, Lira decidiu levá-la para o plenário da Câmara. Para que se torne realidade, a PEC tem que ser aprovada duas vezes pela Câmara e mais duas pelo Senado.

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