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Kirchner felicita Dilma por relatório de crimes na ditadura

Comissão da Verdade do Brasil apresentou na quarta-feira seu relatório final sobre as violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura

Cristina Kirchner, sobre relatório da CNV: "que este gesto seja mais um, no longo caminho empreendido para fortalecer a eterna irmandade entre nossos países a partir dos esforços conjuntos (Marcos Brindicci/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2014 às 13h39.

Buenos Aires - A presidente argentina, Cristina Kirchner , enviou uma carta à Dilma Rousseff por conta da publicação do relatório da Comissão da Verdade sobre os crimes cometidos durante a ditadura (1964-1985), cujo trabalho receberá distinção nesta quinta-feira na Argentina.

"Não quero deixar passar este dia internacional dos Direitos Humanos para saudar a presidente do querido povo brasileiro, o dia no qual foi revelado o relatório da Comissão Nacional da Verdade, que valentemente foi instituído há três anos", começa a carta de Cristina, com data de 10 de dezembro.

A Comissão da Verdade do Brasil apresentou nesta quarta-feira seu relatório final sobre as violações de direitos humanos cometidas durante a última ditadura desse país, que imperou entre 1964 e 1985 e deixou 434 mortos e desaparecidos.

Na carta, Cristina destacou o impulso do governo de Dilma para zelar e esclarecer os crimes da ditadura "com a convicção de que a promoção e vigência do Direito à Verdade é um pilar fundamental para seguir consolidando nossas democracias".

Além disso, Cristina lembrou que a Comissão Nacional da Verdade será hoje "humildemente homenageada" na Argentina com o prêmio internacional de direitos humanos Emilio Mignon.

"Que este gesto seja mais um, no longo caminho empreendido para fortalecer a eterna irmandade entre nossos países a partir dos esforços conjuntos, de modo que juntas possamos dizer "Nunca Mais" às afrontas à democracia que sofreram nossos povos, a partir da violação sistemática aos direitos humanos", desejou a governante argentina em sua carta.

O relatório apresentado ontem no Brasil, em cerimônia liderada pela presidente Dilma -que durante a juventude passou quase três anos presa e sofreu tortura por seus vínculos com um grupo que pegou em armas contra o regime- estabelece que os crimes cometidos pela ditadura foram "sistemáticos" e reaviveu o debate no Brasil pela impunidade amparada aos repressores.

Durante um ato público realizado ontem, a presidente argentina, que assinou a carta "com o afeto de sempre", tinha destacado já a importância do trabalho em defesa da verdade e dos direitos humanos.

Em seu discurso, Cristina ressaltou que "não há democracia inconsciente da verdade", porque "a verdade é um direito ao qual temos como cidadãos".

Em setembro, a Argentina celebrou 30 anos da publicação do relatório "Nunca Mais", que documentou os crimes cometidos durante a última ditadura argentina (1976-1983).

O relatório argentino foi realizado pela Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (Conadep), criada por Raúl Alfonsín (primeiro presidente após o retorno à democracia em 1983) e liderada pelo escritor Ernesto Sábato.

O relatório foi elaborado com dados e denúncias sobre desaparições, sequestros e torturas, recopilados em 8,4 mil páginas sobre as violações do terrorismo de Estado, que deixou cerca de 30 mil desaparecidos na Argentina.

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Buenos Aires - A presidente argentina, Cristina Kirchner , enviou uma carta à Dilma Rousseff por conta da publicação do relatório da Comissão da Verdade sobre os crimes cometidos durante a ditadura (1964-1985), cujo trabalho receberá distinção nesta quinta-feira na Argentina.

"Não quero deixar passar este dia internacional dos Direitos Humanos para saudar a presidente do querido povo brasileiro, o dia no qual foi revelado o relatório da Comissão Nacional da Verdade, que valentemente foi instituído há três anos", começa a carta de Cristina, com data de 10 de dezembro.

A Comissão da Verdade do Brasil apresentou nesta quarta-feira seu relatório final sobre as violações de direitos humanos cometidas durante a última ditadura desse país, que imperou entre 1964 e 1985 e deixou 434 mortos e desaparecidos.

Na carta, Cristina destacou o impulso do governo de Dilma para zelar e esclarecer os crimes da ditadura "com a convicção de que a promoção e vigência do Direito à Verdade é um pilar fundamental para seguir consolidando nossas democracias".

Além disso, Cristina lembrou que a Comissão Nacional da Verdade será hoje "humildemente homenageada" na Argentina com o prêmio internacional de direitos humanos Emilio Mignon.

"Que este gesto seja mais um, no longo caminho empreendido para fortalecer a eterna irmandade entre nossos países a partir dos esforços conjuntos, de modo que juntas possamos dizer "Nunca Mais" às afrontas à democracia que sofreram nossos povos, a partir da violação sistemática aos direitos humanos", desejou a governante argentina em sua carta.

O relatório apresentado ontem no Brasil, em cerimônia liderada pela presidente Dilma -que durante a juventude passou quase três anos presa e sofreu tortura por seus vínculos com um grupo que pegou em armas contra o regime- estabelece que os crimes cometidos pela ditadura foram "sistemáticos" e reaviveu o debate no Brasil pela impunidade amparada aos repressores.

Durante um ato público realizado ontem, a presidente argentina, que assinou a carta "com o afeto de sempre", tinha destacado já a importância do trabalho em defesa da verdade e dos direitos humanos.

Em seu discurso, Cristina ressaltou que "não há democracia inconsciente da verdade", porque "a verdade é um direito ao qual temos como cidadãos".

Em setembro, a Argentina celebrou 30 anos da publicação do relatório "Nunca Mais", que documentou os crimes cometidos durante a última ditadura argentina (1976-1983).

O relatório argentino foi realizado pela Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (Conadep), criada por Raúl Alfonsín (primeiro presidente após o retorno à democracia em 1983) e liderada pelo escritor Ernesto Sábato.

O relatório foi elaborado com dados e denúncias sobre desaparições, sequestros e torturas, recopilados em 8,4 mil páginas sobre as violações do terrorismo de Estado, que deixou cerca de 30 mil desaparecidos na Argentina.

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