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Justiça bloqueia R$ 60 mi de 13 alvos da Operação Panatenaico

A operação investiga propinas e fraudes em licitações nas obras do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, reformado para a Copa do Mundo de 2014

Justiça: o superfaturamento pode ter chegado a quase R$ 900 milhões (Foto/Thinkstock)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de maio de 2017 às 15h23.

São Paulo - O juiz da 10.ª Vara Federal de Brasília Vallisney de Souza Oliveira determinou, nesta terça-feira, 23, o bloqueio de R$ 60 milhões de 13 alvos da Operação Panatenaico, que investiga propinas e fraudes em licitações nas obras do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, reformado para a Copa do Mundo de 2014.

Os ex-governadores do DF Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PMDB) tiveram, cada um, R$ 10 milhões bloqueados pela Justiça - eles são alvo de prisão temporária.

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O assessor especial da Presidência Tadeu Fillipelli, foi alvo de bloqueio de bens no valor de R$ 6 milhões. Ele também foi preso temporariamente.

Os três são acusados de receber propinas, por meio de interpostos, das empreiteiras Andrade Gutierrez e Via Engenharia.

O homem de confiança do presidente teria repassado parte das vantagens ilícitas para o PMDB, entre 2013 e 2014, à época em que foi vice-governador do Distrito Federal, segundo o Ministério Público Federal.

A hipótese investigada pela Polícia Federal é que agentes públicos, com a intermediação de operadores de propinas, tenham realizado conluios e assim simulado procedimentos previstos em edital de licitação.

A renovação do Estádio Mané Garrincha, ao contrário dos demais estádios da Copa do Mundo financiados com dinheiro público, não recebeu empréstimos do BNDES, mas sim da Terracap, mesmo que a estatal não tivesse este tipo de operação financeira prevista no rol de suas atividades.

O objetivo das medidas cumpridas hoje é encontrar provas de que foi constituído um cartel entre várias empreiteiras para burlar e fraudar o caráter competitivo da licitação e assegurar, de forma antecipada, que os serviços e as obras fossem realizadas por consórcio constituído pelas empresas Andrade Gutierrez e Via Engenharia.

Orçadas em cerca de R$ 600 milhões, as obras no Mané custaram ao fim, em 2014, R$ 1,575 bilhão.

O superfaturamento pode ter chegado a quase R$ 900 milhões.

Em razão das obras do Mané Garrincha - a mais cara arena da Copa de 2014 - terem sido realizadas sem prévios estudos de viabilidade econômica, a Terracap, companhia estatal do DF com 49% de participação da União, encontra-se em estado de iminente insolvência, segundo o Ministério Público Federal.

A reportagem entrou em contato com o PMDB, mas não obteve resposta.

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