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Juiz recomenda "cautela e moderação" à defesa de empreiteira

O juiz responsável pelas ações da Lava Jato recomendou maior "cautela e moderação" aos advogados da empreiteira OAS, que questionaram as investigações

OAS: "recomenda este Juízo aos defensores em questão maior cautela e moderação em seus argumentos", disse juiz (Dado Galdieri/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 22h59.

São Paulo - O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato , recomendou nesta quinta-feira, 26, maior "cautela e moderação" aos advogados da empreiteira OAS que questionaram as investigações da Polícia Federal em petição encaminhada ao juiz.

"Recomenda este Juízo aos defensores em questão maior cautela e moderação em seus argumentos especulativos quanto a supostas fraudes realizadas na investigação, lembrando que a imunidade profissional não autoriza os excessos ofensivos verificados na referida petição", assinalou o magistrado em seu despacho. "Além de não serem igualmente recomendados pelo dever de urbanidade e respeito em relação às demais partes do feito e à qualquer pessoa", continuou o juiz.

Moro faz referência ao pedido da defesa da OAS, que acusou o delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo de omitir documentos e de ter ocultado que sabia da existência de deputados federais entre os alvos de interceptações.

Os defensores argumentaram que ao encaminhar à Justiça Federal as documentações dos pedidos de interceptação telefônica o delegado omitiu os nomes dos titulares das linhas que apareciam nos documentos.

Além disso, a defesa argumentou que as interceptações telefônicas do doleiro Alberto Youssef, um dos alvos principais da Lava Jato, tiveram início em setembro de 2013 e que somente oito meses depois a PF relatou ter identificado os nomes dos então políticos André Vargas (sem partido) e Luiz Argôlo (SDD). A tese foi rechaçada por Moro, que considerou os argumentos "especulativos".

"Não há qualquer base fática para afirmar que se equivocou quanto ao momento da identificação completa de Luiz Argolo e André Vargas como interlocutores envolvidos em crimes com Alberto Youssef, o que teria ocorrido somente em 2014, ou quanto a sua afirmação de que eles não foram investigados no curso do processo", afirma o magistrado.

O advogado Roberto Lopes Telhada, experiente criminalista que integra o núcleo de defesa dos executivos da OAS, disse que "a decisão configura ameaça inaceitável e inócua a advogados que estão exercendo legitimamente a defesa dos seus clientes". Telhada afirma. "Inaceitável porque expõe cruamente prepotência e arbítrio inexcedíveis. Revela a parcialidade do juiz, que resolveu tomar a defesa do delegado da Polícia Federal a seu cargo, o que o torna definitivamente suspeito para julgar este processo".

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São Paulo - O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato , recomendou nesta quinta-feira, 26, maior "cautela e moderação" aos advogados da empreiteira OAS que questionaram as investigações da Polícia Federal em petição encaminhada ao juiz.

"Recomenda este Juízo aos defensores em questão maior cautela e moderação em seus argumentos especulativos quanto a supostas fraudes realizadas na investigação, lembrando que a imunidade profissional não autoriza os excessos ofensivos verificados na referida petição", assinalou o magistrado em seu despacho. "Além de não serem igualmente recomendados pelo dever de urbanidade e respeito em relação às demais partes do feito e à qualquer pessoa", continuou o juiz.

Moro faz referência ao pedido da defesa da OAS, que acusou o delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo de omitir documentos e de ter ocultado que sabia da existência de deputados federais entre os alvos de interceptações.

Os defensores argumentaram que ao encaminhar à Justiça Federal as documentações dos pedidos de interceptação telefônica o delegado omitiu os nomes dos titulares das linhas que apareciam nos documentos.

Além disso, a defesa argumentou que as interceptações telefônicas do doleiro Alberto Youssef, um dos alvos principais da Lava Jato, tiveram início em setembro de 2013 e que somente oito meses depois a PF relatou ter identificado os nomes dos então políticos André Vargas (sem partido) e Luiz Argôlo (SDD). A tese foi rechaçada por Moro, que considerou os argumentos "especulativos".

"Não há qualquer base fática para afirmar que se equivocou quanto ao momento da identificação completa de Luiz Argolo e André Vargas como interlocutores envolvidos em crimes com Alberto Youssef, o que teria ocorrido somente em 2014, ou quanto a sua afirmação de que eles não foram investigados no curso do processo", afirma o magistrado.

O advogado Roberto Lopes Telhada, experiente criminalista que integra o núcleo de defesa dos executivos da OAS, disse que "a decisão configura ameaça inaceitável e inócua a advogados que estão exercendo legitimamente a defesa dos seus clientes". Telhada afirma. "Inaceitável porque expõe cruamente prepotência e arbítrio inexcedíveis. Revela a parcialidade do juiz, que resolveu tomar a defesa do delegado da Polícia Federal a seu cargo, o que o torna definitivamente suspeito para julgar este processo".

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