Janot é aprovado pelo Senado e seguirá à frente da Lava Jato
O procurador-geral da República foi aprovado para mais um mandato de dois anos à frente do Ministério Público Federal pelo Senado
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2015 às 21h58.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot , foi aprovado para mais um mandato de dois anos à frente do Ministério Público Federal (MPF) pelo Senado nesta quarta-feira, depois de passar por uma sabatina de mais de 10 horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
Por 26 votos a 1, senadores da CCJ chancelaram a indicação de Janot, que lidera as investigações da operação Lava Jato. No plenário do Senado teve sua indicação, feita pela presidente Dilma Rousseff, aprovada por 59 votos a 12.
Durante a série de questionamentos dos senadores na CCJ, o procurador negou que sua atuação seja pautada por motivações políticas, e aproveitou a ocasião para rebater a afirmação de que teria vazado informações sobre a Lava Jato, operação que investiga esquema de corrupção em estatais envolvendo políticos e empresas.
“Posso lhe afirmar com convicção plena que não houve nenhuma seletividade ou nenhuma composição para que fossem oferecidas essas duas denúncias”, disse, referindo-se às denúncias que ofereceu na semana passada contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador Fernando Collor (PTB-AL).
“A investigação é técnica e não se deixa contaminar por aspectos políticos... Essas duas denúncias foram oferecidas porque os inquéritos se amadureceram na frente de outros”, afirmou Janot.
Segundo o procurador, houve “agitação muito grande na imprensa” e “especulação enorme” sobre quem seriam os políticos com foro privilegiado que seriam alvo de investigação.
“Nego, portanto, que eu seja um vazador contumaz”, disse.“Sou discreto, não tenho atuação midiática”, assegurou Janot.
O procurador disse ainda que ele e sua equipe estão “empenhados” em buscar provas sobre os fatos relatados em delações premiadas e defendeu que essas colaborações ajudam a agilizar as investigações. Ponderou, no entanto, que elas não podem sustentar por si só uma denúncia, e que é papel do Ministério Público apurar fatos que comprovem as declarações dos que fizeram acordo com a Justiça.
À CCJ, Janot afirmou também que “jamais” viu esquema de corrupção como o investigado na Petrobras, e que esse caso de corrupção “chegou a roubar nosso orgulho”.
Em resposta a Collor, um duro crítico do procurador-geral, Janot disse que “não há futuro viável se condescendermos” à corrupção.
“A chamada espetacularização da Lava Jato nada mais é do que a aplicação de princípio fundamental da República, todos são iguais perante a lei”, disse. "Pau que dá em Chico, dá em Francisco", acrescentou.
Janot rejeitou ainda a tese de que a investigação tenha trazido prejuízos ao Produto Interno Bruto do país, argumentando que o que trouxe impacto foi “a atuação criminosa em detrimento da Petrobras”.
“O que a gente faz simplesmente é investigar.”
Ao ser questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) se havia firmado um “acordão”, envolvendo Dilma para beneficiar uns em detrimento de outros, o procurador-geral negou e usou de ironia ao dizer que, ainda que quisesse firmar um acordão, teria antes de “combinar com os russos”, referindo-se às demais autoridades que conduzem as investigações.
“Isso é uma ilação impossível”, garantiu.
RISCOS À SEGURANÇA
Rodrigo Janot Monteiro de Barros, 57, é procurador-geral da República desde 2013. Nascido em Belo Horizonte e formado em Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Janot atuou como secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça em 1994 e tem especialização na Itália em direito do consumidor e do meio ambiente.
Mas foi na área penal que se notabilizou à frente do Ministério Público Federal ao liderar as investigações contra políticos com prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal (STF) e acusados de envolvimento no bilionário esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato.
No final de janeiro, pouco antes de entregar ao Supremo a lista dos políticos que seriam investigados, chegou a ter sua casa em Brasília arrombada e disse que foi informado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a área de inteligência da Polícia Federal detectou riscos à sua segurança.
À frente da Lava Jato, Janot foi frequentemente alvo de críticas de parlamentares investigados, casos de Cunha e Collor, os dois primeiros denunciados pelo procurador-geral ao STF por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção.
Mas sua atuação parece ter agradado seus pares no MPF, pois Janot foi o mais votado em uma eleição interna da categoria com 799 votos, uma vantagem de mais de 300 votos em relação ao segundo colocado.
Janot foi indicado à recondução no cargo em agosto por Dilma que, assim, manteve a tradição inaugurada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de indicar para o comando do Ministério Público Federal o nome mais votado na eleição interna da categoria.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot , foi aprovado para mais um mandato de dois anos à frente do Ministério Público Federal (MPF) pelo Senado nesta quarta-feira, depois de passar por uma sabatina de mais de 10 horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
Por 26 votos a 1, senadores da CCJ chancelaram a indicação de Janot, que lidera as investigações da operação Lava Jato. No plenário do Senado teve sua indicação, feita pela presidente Dilma Rousseff, aprovada por 59 votos a 12.
Durante a série de questionamentos dos senadores na CCJ, o procurador negou que sua atuação seja pautada por motivações políticas, e aproveitou a ocasião para rebater a afirmação de que teria vazado informações sobre a Lava Jato, operação que investiga esquema de corrupção em estatais envolvendo políticos e empresas.
“Posso lhe afirmar com convicção plena que não houve nenhuma seletividade ou nenhuma composição para que fossem oferecidas essas duas denúncias”, disse, referindo-se às denúncias que ofereceu na semana passada contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador Fernando Collor (PTB-AL).
“A investigação é técnica e não se deixa contaminar por aspectos políticos... Essas duas denúncias foram oferecidas porque os inquéritos se amadureceram na frente de outros”, afirmou Janot.
Segundo o procurador, houve “agitação muito grande na imprensa” e “especulação enorme” sobre quem seriam os políticos com foro privilegiado que seriam alvo de investigação.
“Nego, portanto, que eu seja um vazador contumaz”, disse.“Sou discreto, não tenho atuação midiática”, assegurou Janot.
O procurador disse ainda que ele e sua equipe estão “empenhados” em buscar provas sobre os fatos relatados em delações premiadas e defendeu que essas colaborações ajudam a agilizar as investigações. Ponderou, no entanto, que elas não podem sustentar por si só uma denúncia, e que é papel do Ministério Público apurar fatos que comprovem as declarações dos que fizeram acordo com a Justiça.
À CCJ, Janot afirmou também que “jamais” viu esquema de corrupção como o investigado na Petrobras, e que esse caso de corrupção “chegou a roubar nosso orgulho”.
Em resposta a Collor, um duro crítico do procurador-geral, Janot disse que “não há futuro viável se condescendermos” à corrupção.
“A chamada espetacularização da Lava Jato nada mais é do que a aplicação de princípio fundamental da República, todos são iguais perante a lei”, disse. "Pau que dá em Chico, dá em Francisco", acrescentou.
Janot rejeitou ainda a tese de que a investigação tenha trazido prejuízos ao Produto Interno Bruto do país, argumentando que o que trouxe impacto foi “a atuação criminosa em detrimento da Petrobras”.
“O que a gente faz simplesmente é investigar.”
Ao ser questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) se havia firmado um “acordão”, envolvendo Dilma para beneficiar uns em detrimento de outros, o procurador-geral negou e usou de ironia ao dizer que, ainda que quisesse firmar um acordão, teria antes de “combinar com os russos”, referindo-se às demais autoridades que conduzem as investigações.
“Isso é uma ilação impossível”, garantiu.
RISCOS À SEGURANÇA
Rodrigo Janot Monteiro de Barros, 57, é procurador-geral da República desde 2013. Nascido em Belo Horizonte e formado em Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Janot atuou como secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça em 1994 e tem especialização na Itália em direito do consumidor e do meio ambiente.
Mas foi na área penal que se notabilizou à frente do Ministério Público Federal ao liderar as investigações contra políticos com prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal (STF) e acusados de envolvimento no bilionário esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato.
No final de janeiro, pouco antes de entregar ao Supremo a lista dos políticos que seriam investigados, chegou a ter sua casa em Brasília arrombada e disse que foi informado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a área de inteligência da Polícia Federal detectou riscos à sua segurança.
À frente da Lava Jato, Janot foi frequentemente alvo de críticas de parlamentares investigados, casos de Cunha e Collor, os dois primeiros denunciados pelo procurador-geral ao STF por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção.
Mas sua atuação parece ter agradado seus pares no MPF, pois Janot foi o mais votado em uma eleição interna da categoria com 799 votos, uma vantagem de mais de 300 votos em relação ao segundo colocado.
Janot foi indicado à recondução no cargo em agosto por Dilma que, assim, manteve a tradição inaugurada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de indicar para o comando do Ministério Público Federal o nome mais votado na eleição interna da categoria.