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Investigação vai tratar voo da Chapecoense como homicídio culposo

A tese é de autoria da Colômbia, país onde o voo da companhia aérea LaMia caiu na semana passada e causou 71 mortes

Acidente: a tipificação é usada quando se entende que não existiu intenção de matar, porém houve imprudência (Fredy Builes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 20h34.

Santa Cruz de la Sierra, Bolívia - A primeira reunião entre autoridades colombianas, bolivianas e brasileiras sobre as causas do acidente com o avião da Chapecoense definiu nesta quarta-feira, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, que a linha de investigação será por homicídio culposo.

A tipificação é usada quando se entende que não existiu intenção de matar, porém houve imprudência.

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A tese é de autoria da Colômbia, país onde o voo da companhia aérea LaMia caiu na semana passada e causou 71 mortes.

A procuradoria-geral do país apresentou as primeiras conclusões da investigação no encontro na cidade boliviana de onde saiu o avião fretado que iria até Medellín.

Os integrantes do Ministério Público da Bolívia revelaram que foi já instaurada investigação formal por homicídio culposo. Houve apreensão de grande quantidade de documentos na sede da empresa LaMia e a prisão temporária de três pessoas ligadas à companhia aérea. A investigação está a cargo de seis procuradores.

Um trabalho em conjunto de Brasil, Bolívia e Colômbia vai tentar trocar informações sobre as causas do acidente. O grupo vai investir a responsabilidade de servidores da Direção Geral da Aeronáutica Civil (DGAC) e da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea (Aasana), da Bolívia, em possíveis atos de corrupção em autorizações de voo da LaMia.

Há indícios de que em diversas viagens a empresa teria voado no limite da autonomia da aeronave para economizar custos.

Do Brasil, estiveram presentes os procuradores da República Wellington Saraiva e Carlos Humberto Prola Junior, de Chapecó (SC).

A reunião foi convocada pelo procurador-geral da Bolívia, Ramiro Guerrero, que apura informações de outro desdobramento do acidente.

Segundo o jornal boliviano El Deber, Guerrero quer investigar a busca por refúgio no Brasil de Celia Castedo, funcionária da Aasana. Ela procurou a cidade de Corumbá (MS) por ter recebido ameaças.

Celia fez observações de que o plano de voo da aeronave era inadequado, por prever um tempo de viagem incompatível com a quantidade de combustível no tanque. Pelas investigações preliminares na Colômbia, o avião caiu por falta de combustível.

O procurador brasileiro Wellington Saraiva, da Procuradoria Geral da República (PGR), prometeu investigar se os outros voos da LaMia que passaram pelo País tiveram irregularidades. "Vamos apurar se houve responsabilidade do órgão público brasileiro ao conceder autorizações de voos irregulares", afirmou. Entre as viagens da empresa boliviana no Brasil, está a vinda da seleção da Argentina para Belo Horizonte, no mês passado.

Na Colômbia, a Procuradoria de Antioquia coletou informações sobre as necropsias das vítimas, documentos médicos e relatos de testemunha.

O Ministério Público Federal do Brasil propôs criar interação direta entre os países para intercâmbio de documentos, realização de perícias e coletas de provas testemunhais.

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