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Investigação por parte do MP virou "terra de ninguém", diz Gilmar

O ministro do STF criticou a atuação do MP durante sessão da Segunda Turma da Corte, responsável pelos julgamentos da Operação Lava Jato

Gilmar Mendes: "Que hoje é um festival de investigação sem sequer controle judicial" (Ueslei Marcelino/ Reuters/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 18h29.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse hoje (8) que a investigação criminal do Ministério Público (MP) virou "terra de ninguém".

A nova crítica à atuação do MP foi feita durante a sessão da Segunda Turma da Corte, responsável pelos julgamentos da Operação Lava Jato.

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Ao votar em um caso envolvendo a questão da prisão antes do trânsito em julgado, o ministro criticou os procedimentos internos de investigação realizados pelo órgão.

A Agência Brasil entrou em contato com a Procuradoria-Geral da República para comentar as declarações e aguarda retorno.

"Aqui nós temos uma série de questões que precisamos talvez passar em revista. O ministro Celso [de Mello] e eu somos muito preocupados em relação a uma outra questão que me parece que terá de ser revisitada, que é a questão da investigação por parte do Ministério Público. Isto virou um pouco terra de ninguém. Não obstante, o que se ouve? Que hoje é um festival de investigação sem sequer controle judicial. Fala-se que na Procuradoria-Geral hoje haveria 2,8 mil PICs, chamado procedimento de investigação criminal, sem nenhuma figura de controle", disse o ministro.

Os chamados PICs são regulamentados pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e foram chancelados na decisão do STF que julgou constitucional o poder de investigação do MP.

A polêmica sobre a competência do Ministério Público para realizar investigações criminais não é nova.

Promotores e procuradores divergem de delegados civis e da Polícia Federal, que pretendem ter exclusividade nas investigações.

Em 2013, uma proposta de Emenda à Constituição (PEC 37) que retirava do MP o poder de investigação entrou em tramitação na Câmara dos Deputados, mas foi rejeitada pelo plenário da Casa.

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