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Instituto argentino fará projeto de reatores acordado com Brasil

Os dois reatores, um para cada país, serão baseados no modelo projetado e construído pelo Invap para a organização australiana de ciência e tecnologia nuclear, inaugurado em 2007 e cujo custo oscila em US$ 300 milhões

Cristina Kirchner, presidente da Argentina, e Dilma Rousseff definiram o projeto (Chris McGrath/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2011 às 17h10.

Buenos Aires - Um instituto argentino projetará e desenvolverá os dois reatores nucleares que o Governo do país acordou fazer junto com o Brasil, informaram fontes oficiais neste domingo.

O Instituto Nacional de Pesquisas Aplicadas (Invap), com sede na cidade de Bariloche, iniciará no meio do ano o projeto bilateral com fins pacíficos estipulado pelas presidentes Cristina Fernández de Kirchner e Dilma Rousseff, detalha uma nota do Governo argentino.

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O projeto para a construção dos reatores, que devem estar em funcionamento no final de 2012, será desenvolvido pelo Invap, a Comissão Nacional de Energia Atômica da Argentina (CNEA) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Brasil.

"O projeto e a engenharia serão feitos em Bariloche, com participação de cientistas e técnicos de ambos os países. É importante destacar que não é uma venda da Argentina ao Brasil, mas uma associação estratégica", explicou o gerente geral do Invap, Héctor Otheguy.

Os dois reatores, um para cada país, serão baseados no modelo projetado e construído pelo Invap para a organização australiana de ciência e tecnologia nuclear, inaugurado em 2007 e cujo custo oscila em US$ 300 milhões.

"Trata-se de uma sociedade muito inteligente, porque coloca o projeto unificado de dois reatores que cumpram os requisitos de demanda de cada país. Com isto, serão barateados os custos e se ganhará tempo. A engenharia será quase a mesma", sustentou Otheguy.


Para o gerente do Invap, "ambos os países têm níveis equivalentes em matéria de desenvolvimento nuclear e reatores de pesquisa antigos, que completam sua vida útil e devem ser substituídos por outros mais modernos e com maior produção de radioisótopos".

O projeto para a construção dos reatores foi estipulado no dia 31 de janeiro durante a visita de Dilma a Buenos Aires, onde ambas as governantes assinaram 14 acordos de colaboração em diversas áreas.

Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa argentino, Arturo Puricelli, receberá Nelson Jobim, titular da mesma pasta no Brasil, com quem assinará uma declaração conjunta que destaca "a relação estratégica" bilateral neste assunto, revelaram fontes oficiais.

Puricelli e Jobim visitarão as instalações do Complexo Industrial Naval Argentino (Cinar), integrado pela fábrica Almirante Storni e o estaleiro Tandanor, que em 2007 voltou ao controle do Estado depois de ser privatizado na década de 1990 e posteriormente administrado pelos empregados.

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