Haddad diz desconhecer gatilho para definir rodízio em SP
"Não houve nenhuma comunicação sobre o afastamento total da possibilidade de rodízio", disse o prefeito a jornalistas
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 14h17.
São Paulo - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta sexta-feira, 20, não ter recebido qualquer informação do governo estadual ou da Sabesp sobre o estudo de um gatilho (nível a que chegue o Cantareira e demais sistemas que abastecem a Grande São Paulo) para definir se haverá ou não rodízio no abastecimento de água .
Haddad, que participa de um comitê da crise hídrica com outros prefeitos da região metropolitana e representantes do governo estadual, disse que a questão também não foi levada para a última reunião do comitê na semana passada.
"Nós não fomos informados sobre gatilho ou nada nem próximo disso. Não houve nenhuma comunicação sobre o afastamento total da possibilidade de rodízio", disse o prefeito a jornalistas.
Conforme informou O Estado de S. Paulo, o governo e a Sabesp estudam qual seria o nível do chamado gatilho que poderia evitar o rodízio oficial, mas não existe um consenso sobre o número a que teria que chegar a capacidade do Cantareira.
A avaliação preponderante hoje na Sabesp é de que as chuvas de fevereiro ainda não foram suficientes para permitir uma perspectiva otimista.
Apesar de ter dito não saber sobre tal estudo e de ter liderado o movimento de prefeitos que pediram mais transparência ao governo estadual em torno da crise da água, Haddad relativizou a necessidade de o governo do Estado comunicar os eventuais estudos às prefeituras enquanto eles ainda estão em andamento.
Disse que, em um prazo de trinta dias, o Estado levará às prefeituras um plano de contingência e que o único compromisso que o governador assumiu é de informar aos municípios com antecedência, caso se estabeleça um rodízio.
"O Estado é quem tem a competência técnica para definir essa medida (do gatilho). Para nós, o importante é ter clara uma divisão de tarefas."
O prefeito ressaltou ainda que o governador negou que haja a definição de um nível do Cantareira que seja determinante para se descartar o rodízio.
"O governador negou a existência do gatilho. Como é que ele vai comunicar uma coisa com a qual ele não concorda?", ponderou Haddad.
Vila Itaim
O prefeito se reuniu por cerca de meia hora, no fim da manhã desta quinta-feira, com o superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica(DAEE) Ricardo Borsari.
Os dois acordaram a assinatura, em até 15 de março, de um convênio para a instalação de um pôlder - um reservatório para água das chuvas - na Vila Itaim, área na zona leste da Capital que está alagada por causa das chuvas recentes.
Na coletiva, Borsari criticou indiretamente a falta de fiscalização da ocupação de áreas de mananciais, que é de responsabilidade da Prefeitura.
"É preciso que essas ocupações sejam reguladas e contidas", disse o superintendente do DAEE.
A ocupação da Vila Itaim foi regulamentada pelo governo municipal, que cobra IPTU das residências na região.
Borsari também criticou indiretamente uma iniciativa anunciada há dois dias pela gestão Haddad.
Ele afirmou que as únicas soluções para alagamento em regiões de várzea são desocupá-las ou instalar uma estrutura de pôlder, para proteger as casas.
A instalação de bombas, afirmou, "não adianta nada", pois como o rio está transbordado, as bombas acabam jogando água para o rio e o rio devolve para o bairro alagado.
Na quarta-feira, a Prefeitura anunciou que instalaria três bombas para drenar a água na Vila Itaim.
Orçada em R$ 63 milhões, a obra do pôlder da Vila Itaim será feita com recursos de compensação ambiental da DERSA, pela obra de ampliação da Marginal Tietê, feita em 2010.
A previsão é que a obra seja licitada até abril e que as obras se iniciem no segundo semestre, com efeito de evitar alagamentos apenas para o próximo verão.
Após a licitação, com definição do desenho da obra e do cronograma, a Prefeitura conduzirá a remoção de famílias das áreas públicas impactadas.
A estimativa é que cerca de 360 famílias sejam afetadas.
São Paulo - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta sexta-feira, 20, não ter recebido qualquer informação do governo estadual ou da Sabesp sobre o estudo de um gatilho (nível a que chegue o Cantareira e demais sistemas que abastecem a Grande São Paulo) para definir se haverá ou não rodízio no abastecimento de água .
Haddad, que participa de um comitê da crise hídrica com outros prefeitos da região metropolitana e representantes do governo estadual, disse que a questão também não foi levada para a última reunião do comitê na semana passada.
"Nós não fomos informados sobre gatilho ou nada nem próximo disso. Não houve nenhuma comunicação sobre o afastamento total da possibilidade de rodízio", disse o prefeito a jornalistas.
Conforme informou O Estado de S. Paulo, o governo e a Sabesp estudam qual seria o nível do chamado gatilho que poderia evitar o rodízio oficial, mas não existe um consenso sobre o número a que teria que chegar a capacidade do Cantareira.
A avaliação preponderante hoje na Sabesp é de que as chuvas de fevereiro ainda não foram suficientes para permitir uma perspectiva otimista.
Apesar de ter dito não saber sobre tal estudo e de ter liderado o movimento de prefeitos que pediram mais transparência ao governo estadual em torno da crise da água, Haddad relativizou a necessidade de o governo do Estado comunicar os eventuais estudos às prefeituras enquanto eles ainda estão em andamento.
Disse que, em um prazo de trinta dias, o Estado levará às prefeituras um plano de contingência e que o único compromisso que o governador assumiu é de informar aos municípios com antecedência, caso se estabeleça um rodízio.
"O Estado é quem tem a competência técnica para definir essa medida (do gatilho). Para nós, o importante é ter clara uma divisão de tarefas."
O prefeito ressaltou ainda que o governador negou que haja a definição de um nível do Cantareira que seja determinante para se descartar o rodízio.
"O governador negou a existência do gatilho. Como é que ele vai comunicar uma coisa com a qual ele não concorda?", ponderou Haddad.
Vila Itaim
O prefeito se reuniu por cerca de meia hora, no fim da manhã desta quinta-feira, com o superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica(DAEE) Ricardo Borsari.
Os dois acordaram a assinatura, em até 15 de março, de um convênio para a instalação de um pôlder - um reservatório para água das chuvas - na Vila Itaim, área na zona leste da Capital que está alagada por causa das chuvas recentes.
Na coletiva, Borsari criticou indiretamente a falta de fiscalização da ocupação de áreas de mananciais, que é de responsabilidade da Prefeitura.
"É preciso que essas ocupações sejam reguladas e contidas", disse o superintendente do DAEE.
A ocupação da Vila Itaim foi regulamentada pelo governo municipal, que cobra IPTU das residências na região.
Borsari também criticou indiretamente uma iniciativa anunciada há dois dias pela gestão Haddad.
Ele afirmou que as únicas soluções para alagamento em regiões de várzea são desocupá-las ou instalar uma estrutura de pôlder, para proteger as casas.
A instalação de bombas, afirmou, "não adianta nada", pois como o rio está transbordado, as bombas acabam jogando água para o rio e o rio devolve para o bairro alagado.
Na quarta-feira, a Prefeitura anunciou que instalaria três bombas para drenar a água na Vila Itaim.
Orçada em R$ 63 milhões, a obra do pôlder da Vila Itaim será feita com recursos de compensação ambiental da DERSA, pela obra de ampliação da Marginal Tietê, feita em 2010.
A previsão é que a obra seja licitada até abril e que as obras se iniciem no segundo semestre, com efeito de evitar alagamentos apenas para o próximo verão.
Após a licitação, com definição do desenho da obra e do cronograma, a Prefeitura conduzirá a remoção de famílias das áreas públicas impactadas.
A estimativa é que cerca de 360 famílias sejam afetadas.