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Grande SP tem maior média de internações por covid-19 em um mês

Os números correspondem a casos suspeitos e confirmados, somando também leitos de enfermaria e de UTI. Governo do estado diz que não há aumento

(Getty/Getty Images)
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Gilson Garrett Jr

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 21h15.

Última atualização em 16 de novembro de 2020 às 13h52.

Dados da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo mostram que a região metropolitana atingiu a maior média móvel de novas internações por covid-19 em um mês: 579. A média leva em conta os últimos sete dias. Apenas nesta quinta-feira, 12, foram 695 novas internações. O número só foi maior que o do dia 11 de outubro, quando a média estava em 587.

Comparado a média móvel de sete dias atrás, é um aumento de 14%. Mudanças de até 15% para mais ou para menos são consideradas estabilidade para especialistas em saúde.

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Os números correspondem a casos suspeitos e confirmados, somando também leitos de enfermaria e de UTI em hospitais públicos e privados em toda a Grande São Paulo. Estão disponíveis na plataforma do governo estadual, que atualiza os números da pandemia diariamente.

Apesar do número estar abaixo do que foi registrado em junho, quando o pico passou de 1.200 internações por dia, ele preocupa as autoridades de saúde com uma possível segunda onda de coronavírus.

A taxa de ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo nesta quinta-feira está em 45,2%. Este valor já chegou a ficar abaixo de 40%. Até o momento, o estado de São Paulo registra 1.156.652 casos e 40.202 mortes por covid-19.

O aumento nas internações, registrado pelo governo estadual, endossa o que está sendo percebido principalmente em hospitais privados da capital paulista. No Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, o pico de pessoas internadas foi em abril, com cerca de 120 pacientes. Agora, voltou a subir para o mesmo patamar, oscilando nos dois últimos meses entre 80 e 110 pacientes.

O Hospital do Coração (HCor) aponta que já registrou 36 internações até a última terça-feira, 10, e que, caso se mantenha esse ritmo, o total para o mês vai ultrapassar os casos de outubro (67) e os de setembro (82).

Por outro lado, o Hospital Israelita Albert Einstein afirma que não é possível afirmar se houve aumento no número de internações pelo coronavírus. Até agora, o hospital tem 55 internações durante novembro, ante 54 em outubro. Todos os dados foram informados pelos próprios hospitais.

Governo de SP diz que não há aumento

A equipe que integra o Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo afirmou nesta quinta-feira, 12, que não há aumento de internações pela doença em hospitais públicos ou privados de São Paulo. O governo, no entanto, demonstrou preocupação sobre uma possível nova onda de coronavírus.

Considerando só a rede privada, a média teria sido de 228 internações na última semana - número acima de 214 registrado na semana anterior e abaixo de 233 no fim de outubro, segundo dados do Centro de Contigência. Já em setembro, o índice oscilou entre 301 e 332 internações.

Para o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, a curva mostraria "decréscimo" do número de internações. "Esta foi a segunda melhor semana na série histórica", disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, afirmou que a taxa de internação, nesta quinta-feira, estaria em 28,8 para cada 100 mil habitantes.

"Nas últimas quatro semanas, a gente tem uma taxa de internação baixa com relação ao que nós tínhamos e queremos sempre continuar diminuindo", disse Patrícia. "Já chegamos a patamares acima de 40 internações por 100 mil habitantes, que é sempre o limite para endurecer as medidas restritivas do Plano São Paulo."

Segunda onda é possível

A médica infectologia do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, Rosana Richtmann, diz que há sim a possibilidade de uma segunda onda, como está ocorrendo na Europa e que é preciso ficarmos atentos e alertas.

“Sim é possível uma segunda onda. O vírus está circulando e a população está cansada das medidas de afastamento. Temos também uma população grande ainda não imune, uma densidade demográfica importante. As pessoas estão se encontrando, fazendo festas”, disse em entrevista à EXAME.

Na semana passada, o secretário da Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, disse que a pandemia está controlada, mas alertou para o aumento de infecções pelo coronavírus em encontros sociais, como reuniões familiares.

“A quarentena continua, precisamos estar atentos aos rituais da pandemia. Cumprimentos, como abraços e apertos de mão, continuam proibidos. E não é o que temos visto. As pessoas estão se aproximando e com elas o próprio vírus. O normal só vai acontecer após a vacina”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)

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