Brasil

Governo reajusta bolsas de pesquisas; veja valores e quando começa o pagamento

Os valores não são reajustados desde 2013. No período, o salário mínimo quase dobrou de valor

USP: bolsas ajudam a desenvolver a ciência brasileira. (USP/Reprodução)

USP: bolsas ajudam a desenvolver a ciência brasileira. (USP/Reprodução)

Publicado em 16 de fevereiro de 2023 às 06h03.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2023 às 10h57.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar na tarde desta quinta-feira, 16, um reajuste médio de 40% das bolsas de pós-graduação do país, cujo valor é o mesmo desde 2013. Só para os reajustes de mestrado e doutorado, a previsão de investimento é de R$ 1 bilhão, que virá de remanejamentos do orçamento da União.

A medida engloba os orçamentos do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência e Tecnologia, com aumentos nas bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).

Qual o valor da bolsa de pesquisa?

O aumento varia confirme a categoria do auxílio. Mestrado e doutorado, por exemplo, devem ter os 40%, mas a bolsa de iniciação científica para o ensino médio pode triplicar (hoje é de R$ 100). A medida foi prometida desde a transição e o governo vinha sendo cobrado por estudantes e pesquisadores pela demora.

Atualmente, os auxílios de pós-graduação mensais são de R$ 1.500 para mestrado e R$ 2.200 para doutorado. Eles devem ficar em R$ 2.100 e R$ 3.100, respectivamente. Bolsas de pós-doutorado devem ter um reajuste menor, de R$ 4.200 para R$ 5.100, alta de 21%.

Novos valores das bolsas

  • Mestrado: R$ 2.100
  • Doutorado: R$ 3.100
  • Pós-doutorado: R$ 5.100

Quando começa a ser pago o novo valor?

O governo pretende dar o aumento em março, mas retroativo a janeiro. Não há previsão de novo valor para médicos residentes, cujos auxílios foram reajustados em 2022. O pacote pode ainda incluir um aumento no número de bolsas, para relacionar uma valorização da educação e da ciência ao seu governo. Atualmente, são cerca de 200 mil bolsistas na Capes e 77 mil no CNPQ.

Defasagem

A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) pedia um reajuste de 75% para todas as bolsas, para compensar as perdas com a inflação dos últimos anos, mas comemorou o anúncio. De acordo com a entidade, desde 2013 o salário mínimo quase dobrou de valor, enquanto os auxílios continuaram os mesmos.

"A gente reconhece a conjuntura econômica, mas pede que também seja anunciado um plano de outros reajustes no curto prazo. Esse precisa ser apenas o primeiro", diz o presidente da ANPG, Vinícius Soares. Segundo ele, a associação vai reivindicar direitos trabalhistas para os bolsistas.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, o reajuste era uma "necessidade absoluta devido ao descompasso total em relação ao aumento do custo de vida nesses anos e a perda da atratividade da pesquisa científica, levando à evasão de cérebros". "Falta ainda aumentar o número de bolsas."

(Com Estadão Conteúdo)

Acompanhe tudo sobre:Bolsas de estudoDoutoradoGoverno LulaMEC – Ministério da EducaçãoPós-graduação

Mais de Brasil

Regulamentação da IA deve ser votada pelo Senado antes do recesso, diz Pacheco

Após decisão do STF, Lira cria comissão para analisar PEC das drogas na Câmara

Maconha vai ser legalizada no Brasil? Entenda a decisão do STF sobre a descriminalização da droga

Nova parcela do Pé-de-Meia começa a ser paga nesta quarta-feira

Mais na Exame