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Governo Lula faz aceno a eleitorado de Bolsonaro em nova propaganda da Farmácia Popular

Segundo o governo, o filme busca informar a população sobre os benefícios do programa e apresentar mensagens de união

Farmácia Popular: governo reforça que todos têm direito ao programa (Rodrigo Nunes / Ministério da Saúde/Divulgação)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 17 de dezembro de 2023 às 15h52.

Em uma propaganda lançada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última sexta-feira, 15, uma mulher esconde uma camisa que parece ser a da Seleção Brasileira ao saber que pode utilizar benefícios do programa Farmácia Popular.

Na cena, uma atriz diz que a "bombinha" para asma pode ser levada de graça para a criança que sofre da doença. Uma outra atriz, então, questiona: "Eu também posso? Eu achei que isso não era para mim". Nesse momento, ela ajeita o agasalho para esconder a camisa amarela que está vestindo por baixo e que nos últimos anos tem sido associada aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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"O tema do novo vídeo da campanha 'O Brasil é um só povo', do governo federal, é o programa Farmácia Popular, que garante gratuitamente ou com desconto uma série de medicamentos usados na atenção primária à saúde, por meio de parceria com farmácias e drogarias da rede privada", informou, por meio de nota, a Secretaria de Comunicação Social (Secom).

Segundo o órgão, "o filme busca informar a população sobre os benefícios do programa e apresenta mensagens de união. 'Querer o melhor para nossos filhos. Isso é o que nos une' e 'Farmácia Popular. Medicamentos gratuitos para quem mais precisa'". A nota reforça ainda que a campanha 'O Brasil é um só povo' busca destacar essa mensagem de união em propagandas que mostram reconciliação de famílias brigadas, por exemplo.

O uso da camisa que se tornou símbolo do bolsonarismo indica que a propaganda do Farmácia Popular segue a mesma linha, ao mostrar que qualquer pessoa - independente da visão política - pode se beneficiar do programa.

Tanto apoiadores de Lula quanto de Bolsonaro destacaram o detalhe em postagens nas redes. Governistas opinam que a propaganda foi inteligente ao apresentar o que seria uma eleitora bolsonarista e lembram que o ex-presidente cortou em 60% o programa durante seu governo. Do outro lado, apoiadores da oposição acusam "dissimulação cínica na propaganda do desgoverno federal".

De acordo com o governo federal, o programa Farmácia Popular foi criado em 2004 para oferecer medicamentos gratuitos para o tratamento de diabetes, asma, hipertensão e osteoporose, além de anticoncepcionais. Também oferece medicamentos de forma subsidiada para dislipidemia, rinite, doença de Parkinson e glaucoma, assim como fraldas geriátricas. Nesses casos, o Ministério da Saúde paga até 90% do valor de referência tabelado e o cidadão paga o restante, de acordo com o valor praticado pela farmácia.

Na última semana, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o programa está em 180 cidades brasileiras, "principalmente nas regiões Norte e Nordeste (80%)", afirmou a titular da Saúde. "É um dos programas mais queridos da população, mais apreciado. E a nossa ideia é aperfeiçoar cada vez mais, mas os números deste ano são muito importantes porque havia muitas farmácias descredenciadas. Hoje, a gente pode dizer que são 22 milhões de brasileiros atendidos pelo Farmácia Popular."

Brasil é um só povo

A nova peça da campanha publicitária do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destaca o crescimento do emprego formal no País. O vídeo publicitário também busca transmitir a mensagem de reunificação frente à polarização do ambiente político.

A peça traz um homem que bate à porta de uma senhora e pede para ver sua filha. O rapaz diz que conseguiu um emprego em uma obra do Novo PAC. No fim de novembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de desemprego caiu para 7,6% no trimestre até outubro, a menor marca para o período desde 2014, quando foi de 6,7%.

Em seguida, é exibida a mensagem "Querer o melhor para os nossos filhos. Isso é o que nos une". A peça foi divulgada neste domingo, 17, pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) e faz parte da campanha "O Brasil é um só povo", lançada na semana passada pelo governo.

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