Governo federal pede para Dino liberar pagamento de emendas destinadas à saúde
AGU solicitou esclarecimento de decisões do ministro do STF que mantiveram bloqueio de recursos, mas com exceções
Agência de notícias
Publicado em 30 de dezembro de 2024 às 20h29.
Última atualização em 30 de dezembro de 2024 às 20h32.
A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), esclarecimentos sobre a possibilidade de continuidade da execução de todas as emendas de comissão empenhadas até o dia 23 de dezembro. A dúvida abrange inclusive as indicações consideradas nulas por Dino em ofícios da Câmara e do Senado.
A AGU destacou a necessidade de liberar ao menos as emendas destinadas à saúde, para que o governo federal consiga cumprir o piso mínimo de despesas nessa área. O órgão justificou o pedido afirmando que "há dúvida razoável" quanto à decisão do ministro, que apontou uma "nulidade insanável" no documento assinado por líderes da Câmara. Apesar disso, Dino havia autorizado a continuidade das emendas empenhadas antes da sua decisão, o que gerou diferentes interpretações.
Impacto das decisões no orçamento da saúde
De acordo com a AGU, a decisão atual pode ser entendida de formas distintas, o que pode levar a "consequências institucionais bastante problemáticas", como o descumprimento do piso da saúde. A preocupação central está em evitar brechas que impeçam o governo de aplicar os recursos necessários na área.
Em uma decisão complementar, divulgada nesta segunda-feira, Dino autorizou a continuidade das emendas do Senado empenhadas até o dia 23, mas com a exclusão das indicações feitas no ofício dos líderes da Casa.
Parecer da AGU reforça interpretação restritiva
Antes de formalizar o pedido ao STF, a AGU divulgou um parecer orientando os órgãos do Poder Executivo sobre como aplicar a decisão. No documento, o órgão destacou a necessidade de uma interpretação restritiva, recomendando que as verbas relacionadas ao ofício considerado nulo não sejam empenhadas, mesmo que destinadas à saúde e anteriores à data de 23 de dezembro.
A AGU defendeu que a "interpretação mais segura" evitaria riscos jurídicos e institucionais, assegurando que os recursos sejam destinados de forma adequada e dentro dos parâmetros legais.