Governo faz força-tarefa para manter cronograma da Previdência
Lideranças da base aliada pressionaram o presidente Temer para retardar o cronograma de votação para uma maior discussão na Câmara
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2017 às 17h11.
Lideranças políticas da base aliada do governo no Congresso Nacional pressionam para o presidente Michel Temer retardar o cronograma de votação da proposta de Reforma da Previdência para uma maior discussão na Câmara dos Deputados.
Para interromper o movimento, o governo armou uma contra ofensiva e integrantes do Planalto, da equipe econômica e da Câmara, ouvidos pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) garantiram que o planejamento original será mantido.
A avaliação é que um eventual adiamento seria prejudicial, com o risco de aumentar o desgaste do governo nas negociações do Congresso.
O prazo com o qual o governo trabalha para a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados permanece sendo final de abril, informou a Casa Civil.
O ministro da pasta, Eliseu Padilha, é quem tem liderado as articulações do governo com os parlamentares para aprovação da emenda constitucional.
Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que continua com a previsão de pautar a PEC da reforma no plenário da Casa a partir da segunda quinzena de abril.
Segundo ele, porém é possível que a votação só seja concluída na segunda semana de maio. A proposta precisa ser aprovada em dois turnos, com votos de pelo menos 308 dos 513 deputados.
Na comissão especial, o cronograma também segue "mantido", de acordo com o presidente do colegiado, deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
"Cronograma mantido. Março para ouvirmos contribuições externas na comissão e, após apresentação do relatório pelo relator, nos primeiros 15 dias de abril a votação", disse o peemedebista ao Broadcast.
"Não adianta mudar o calendário. Não vai melhorar a chance de aprovação. As posições não vão mudar. Pelo contrário, é mais desgaste", disse um integrante da equipe econômica. Segundo a fonte, o governo continua com o plano original.
Assessores do presidente Michel Temer no Palácio do Planalto informaram que o prazos estão mantidos e não haverá adiamento.
A avaliação do governo é de que é preciso ter uma coordenação mais próxima com os líderes do governo para garantir a aprovação.
O diagnóstico é de que os parlamentares estão sendo bombardeados por informações equivocadas, inclusive de que não há déficit na Previdência.
O governo vai reforçar a divulgação dos dados da Previdência e a campanha publicitária. "O Congresso está sendo bombardeado com informações distorcidas e mal intencionadas", disse a fonte.