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Governo do Amazonas suspende retorno de imigrantes venezuelanos

O MPF argumentou que não há garantias de que o grupo de 88 imigrantes cruzaria a fronteira entre o Brasil e a Venezuela

Manaus: a secretária da Sejusc, Graça Prola, informou que a medida não era deportação e atendia ao desejo dos próprios imigrantes de retornarem a sua terra natal (Embratur/Fotos Públicas/Reprodução)
AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de abril de 2017 às 19h54.

O governo do Amazonas suspendeu o retorno ao país de origem de 88 imigrantes venezuelanos que estão em Manaus.

A decisão atendeu a uma orientação do Ministério Público Federal (MPF) do Amazonas.

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Segundo a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), o MPF amazonense argumentou que não há garantias de que o grupo cruzaria a fronteira entre o Brasil e a Venezuela, pois o destino final da viagem seria o município de Pacaraima, em Roraima.

A viagem estava prevista para esse domingo (2) em dois ônibus alugados.

Segundo a secretária da Sejusc, Graça Prola, não há uma nova data para o retorno dos venezuelanos e a situação será analisada agora pela Presidência da República.

"Estamos no aguardo da proposta do governo brasileiro no sentido de ajudar não só o estado do Amazonas, mas o município de Manaus, para o trabalho com os venezuelanos e consequentemente o seu retorno para o local de origem", disse Prola.

A secretária informou que a medida não era deportação e atendia ao desejo dos próprios imigrantes de retornarem a sua terra natal.

"Nós não estávamos propondo e nem realizando nenhuma deportação. Nós estávamos atendendo às manifestações de interesse das 88 pessoas que estavam querendo retornar em razão de já estarem aqui desde dezembro, de terem entrevistas marcadas em Boa Vista com relação ao pedido de refúgio e também outras que já queriam ir embora para suas terras", disse.

Atualmente, de acordo com a secretaria, estão em Manaus cerca de 300 imigrantes venezuelanos, a maioria indígenas da etnia Warao.

Eles vieram para o Brasil em busca de melhores condições de vida por causa crise econômica e política na nação vizinha.

Em nota, o Ministério Público Federal do Amazonas confirmou a recomendação ao governo do estado, feita em conjunto com a Casa Civil da Presidência da República durante teleconferência na semana passada.

Para os dois órgãos, "o impasse envolvendo a imigração dos indígenas é algo a ser tratado de forma conjuntural, já que não se trata apenas de um grupo isolado".

O MPF amazonense informou ainda que a Casa Civil vai elaborar um plano de ação "para dar o atendimento necessário e correto à situação dos imigrantes".

O Ministério das Relações Exteriores também será acionado para que converse com o governo da Venezuela em busca de uma solução para o problema.

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