Governo Bolsonaro oferece tecnologia israelense para ajudar Brumadinho
Em coletiva de imprensa neste sábado, o governador de MG disse que presidente ofereceu scanner de calor para auxiliar nas buscas
Natália Flach
Publicado em 26 de janeiro de 2019 às 12h36.
Última atualização em 26 de janeiro de 2019 às 13h26.
Belo Horizonte — O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou neste sábado (26) que o governo federal vai disponibilizar equipamento de imagem israelense (scanner de calor) para ajudar nas buscas de corpos que estão desaparecidos em Brumadinho (MG) .
A decisão foi divulgada em uma coletiva de imprensa, após sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro sobre a região, para verificar a extensão da tragédia com o rompimento de barreira da Vale.
Os equipamentos devem encontrar os soterrados que estão de 3 a 4 metros de profundidade.
Até a manhã deste sábado, a Vale divulgou que a lista de desaparecidos está em 413 pessoas, entre empregados e terceirizados.
“[Bolsonaro]Se colocou totalmente à disposição. Nós agimos imediatamente ontem e as buscas continuam. As chances de ter sobreviventes são pequenas, mas ainda existem”, disse Zema.
O governador falou ainda que os responsáveis pela tragédia devem ser exemplarmente punidos, “com recursos na casa dos bilhões”, acrescentou, em uma referência ao bloqueio da justiça de 1 bilhão de reais da companhia.
Zema afirmou ainda que será necessário rever protocolos e legislação, porque a barragem que rompeu estava inativa há quatro anos e portanto não recebia mais rejeitos.
“A princípio, todos os alvarás estavam em dia", concluiu.
O presidente não esteve na entrevista coletiva. Assim que voltou do sobrevoo, ele passou por Belo Horizonte e voltou para Brasília.
No Twitter, após analisar a situação, ele se pronunciou.
Ministros
Após o anúncio de Zema, o ministro de Minas e Energia, Bento de Albuquerque, afirmou que enviou os técnicos de sua pasta para apurar os fatos.
"Desde que ocorreu o acidente, os técnicos da Agência Nacional de mineração estão trabalhando no local para apurar os fatos e impedir que coisas semelhantes possam ocorrer e também o monitoramento da lama", disse.
De acordo com Albuquerque, ainda não existe nenhum fato real sobre a causa. "Estão sendo feitas análises para que possamos identificar outra ameaça", completou.
Ricardo Salles, do Meio Ambiente, foi questionado sobre sua intenção de agilizar o licenciamento ambiental. "Nunca houve afrouxamento nas leis do Meio Ambiente", disse.
"Não é só possível, mas necessário, uma revisão de legislação ambiental para as equipes terem mais foco nas atividades de maior potencial, como no caso de barragens", afirmou.