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Gerente liga setor de propina a Marcelo Odebrecht

Em depoimento, gerente da Odebrecht ligou o "departamento de propinas" da empresa diretamente ao presidente afastado do grupo, Marcelo Odebrecht

Marcelo Odebrecht: segundo gerente de RH, operador do "departamento de propinas" respondia diretamente ao presidente afastado (Kiyoshi Ota/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2016 às 09h15.

São Paulo - O chefe do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht , Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, respondia diretamente ao presidente afastado do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht , afirmou Marcos Paula de Souza Sabiá, gerente de Recursos Humanos da empresa, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato .

O departamento é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como a "Diretoria de Propinas" da empreiteira.

Marcelo Odebrecht está preso preventivamente desde 19 de junho do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Xepa na 26.ª fase da Lava Jato, e negocia delação premiada.

Segundo a força-tarefa, a empreiteira realizava pagamentos ilícitos por meio do setor. A denúncia referente às propinas não tem relação com a Petrobrás.

Sabiá não é réu na Lava Jato e depôs nesta quarta-feira, 20, como testemunha de defesa de Angela Palmeira Ferreira, funcionária da Odebrecht que fazia parte do setor de propinas e foi presa temporariamente na 23.ª fase da Lava Jato, a Acarajé.

Questionado por Moro sobre o que era o setor, ele disse se tratar de uma "estrutura como todas as demais estruturas da organização, não tinha nada que eventualmente fosse diferente de uma outra estrutura".

Moro perguntou a quem era subordinado Silva Filho. "Ele tinha sua delegação e, dentro da macroestrutura, ficava ligado ao diretor-presidente da organização", disse a testemunha. "Seria o senhor Marcelo Odebrecht?", questionou o juiz federal. "Isso", respondeu Sabiá, que trabalha há 18 anos na empresa.

Na ação penal da Operação Xepa, o MPF delimitou a denúncia aos repasses do setor de propinas para João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, presos desde fevereiro deste ano.

O casal de marqueteiros das campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff teria recebido US$ 6,4 milhões no exterior de contas atribuídas à Odebrecht e R$ 23,5 milhões no Brasil.

Investigação

Além dos funcionários do setor de propinas da empreiteira, que tinham um software próprio para fazer a contabilidade dos pagamentos ilícitos e o Drousys em que eles se comunicavam por apelidos, o MPF afirmou na denúncia que dois doleiros teriam atuado para o departamento da propina, por meio de operações dólar-cabo. Nelas, eles recebiam repasses da Odebrecht no exterior e dispunham a quantia em dinheiro vivo no Brasil.

Ao todo foram 45 pagamentos aos marqueteiros no Brasil, de 24 de outubro 2014, ainda durante o período eleitoral daquele ano em que Dilma se reelegeu, até o dia 22 de maio 2015.

"O que mostra um acinte em relação à Justiça", afirmou o coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, quando a denúncia foi entregue à Justiça Federal.

Procurada pela reportagem, a defesa do presidente afastado da Odebrecht não respondeu até a conclusão desta reportagem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - O chefe do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht , Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, respondia diretamente ao presidente afastado do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht , afirmou Marcos Paula de Souza Sabiá, gerente de Recursos Humanos da empresa, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato .

O departamento é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como a "Diretoria de Propinas" da empreiteira.

Marcelo Odebrecht está preso preventivamente desde 19 de junho do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Xepa na 26.ª fase da Lava Jato, e negocia delação premiada.

Segundo a força-tarefa, a empreiteira realizava pagamentos ilícitos por meio do setor. A denúncia referente às propinas não tem relação com a Petrobrás.

Sabiá não é réu na Lava Jato e depôs nesta quarta-feira, 20, como testemunha de defesa de Angela Palmeira Ferreira, funcionária da Odebrecht que fazia parte do setor de propinas e foi presa temporariamente na 23.ª fase da Lava Jato, a Acarajé.

Questionado por Moro sobre o que era o setor, ele disse se tratar de uma "estrutura como todas as demais estruturas da organização, não tinha nada que eventualmente fosse diferente de uma outra estrutura".

Moro perguntou a quem era subordinado Silva Filho. "Ele tinha sua delegação e, dentro da macroestrutura, ficava ligado ao diretor-presidente da organização", disse a testemunha. "Seria o senhor Marcelo Odebrecht?", questionou o juiz federal. "Isso", respondeu Sabiá, que trabalha há 18 anos na empresa.

Na ação penal da Operação Xepa, o MPF delimitou a denúncia aos repasses do setor de propinas para João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, presos desde fevereiro deste ano.

O casal de marqueteiros das campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff teria recebido US$ 6,4 milhões no exterior de contas atribuídas à Odebrecht e R$ 23,5 milhões no Brasil.

Investigação

Além dos funcionários do setor de propinas da empreiteira, que tinham um software próprio para fazer a contabilidade dos pagamentos ilícitos e o Drousys em que eles se comunicavam por apelidos, o MPF afirmou na denúncia que dois doleiros teriam atuado para o departamento da propina, por meio de operações dólar-cabo. Nelas, eles recebiam repasses da Odebrecht no exterior e dispunham a quantia em dinheiro vivo no Brasil.

Ao todo foram 45 pagamentos aos marqueteiros no Brasil, de 24 de outubro 2014, ainda durante o período eleitoral daquele ano em que Dilma se reelegeu, até o dia 22 de maio 2015.

"O que mostra um acinte em relação à Justiça", afirmou o coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, quando a denúncia foi entregue à Justiça Federal.

Procurada pela reportagem, a defesa do presidente afastado da Odebrecht não respondeu até a conclusão desta reportagem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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