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Financiamento privado sairá caro para a sociedade, diz STF

Para o ministro do Supremo Marco Aurélio Mello, o financiamento privado de campanha, aprovado pela Câmara, "vai sair caro para a sociedade"


	O ministro do STF, Marco Aurélio Mello: “não tem altruísmo, as empresas não doam tendo em conta a ideologia dos partidos"
 (José Cruz/ABr)

O ministro do STF, Marco Aurélio Mello: “não tem altruísmo, as empresas não doam tendo em conta a ideologia dos partidos" (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2015 às 23h51.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello criticou hoje (2) o financiamento privado de campanha, aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada. “O financiamento privado vai sair caro para a sociedade”, disse no programa Espaço Público, da TV Brasil.  

“Não tem altruísmo, as empresas não doam tendo em conta a ideologia dos partidos. Depois buscam o troco e esse troco que é muito caro à sociedade”, disse Marco Aurélio.   

O financiamento privado foi votado na semana passada na Câmara dos Deputados, com 330 a favor, 141 contra e 1 abstenção, os deputados aprovaram o financiamento privado com doações de pessoas físicas e jurídicas a partidos e de pessoas físicas para candidatos. “Para que os partidos teriam esses recursos senão para repassar aos candidatos?”, destacou o ministro.  

A questão também tramita no STF. No ano passado, a maioria dos ministros votou a favor da proibição de doações de empresas privadas para campanhas políticas. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.  “Aquele que pede [vista] é para refletir e deve devolver o projeto em tempo hábil”, disse Marco Aurélio.  

Durante o programa, o ministro questionou ainda a postura do juiz federal Sérgio Moro, na Operação Lava Jato, que apura denúncias de desvio de dinheiro da Petrobras. Para o ministro a delação premiada deveria ser exceção no direito.  

“Não posso desconhecer que se logrou um número substancial de delações premiadas e se logrou pela inversão de valores, prendendo para, fragilizado o preso, alcançasse a delação. [Isso] não implica avanço, mas retrocesso cultural. Imagina-se que de início [a delação premiada] seja espontânea e surja no campo do direito como exceção e não regra. Alguma coisa está errada neste contexto”. 

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