Por trás das demonstrações públicas de unidade, o Partido dos Trabalhadores (PT) comemorará seus 25 anos de existência, nesta semana, em meio a uma aguda crise interna. A avaliação é do jornal britânico Financial Times, que aponta para os recentes casos de petistas que deixaram o partido e a disputa entre dois membros do PT pela presidência da Câmara. O candidato apoiado oficialmente pelo governo, o paulista Luiz Eduardo Greenhalgh, e o mineiro Virgílio Guimarães.

José Genoino, presidente nacional do PT, e os principais líderes da legenda esperavam que as correntes de esquerda do partido diminuíssem suas críticas à política econômica de Luiz Inácio Lula da Silva, após os bons resultados do país no ano passado, como o crescimento de cerca de 5% do Produto Interno Bruto. Mas a oposição interna continua e o último episódio foi a saída de 112 membros do partido, há duas semanas.

Para o Financial Times, as dificuldades em unir a base partidária em torno do projeto de Lula está levando a atrasos e contradições nas votações do Congresso. As tensões contaminam, inclusive, outros partidos, como o PMDB que conta com a maior bancada da base aliada. Na avaliação de líderes peemedebistas, se nem o próprio PT consegue se unir em torno de questões fundamentais, como a candidatura à presidência da Câmara, a unidade em outros partidos é ainda mais difícil.