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Filhos de amigo de Temer pagaram R$ 1,2 milhão a operador

Filhos de José Yunes, amigo de Michel Temer há 50 anos, pagaram ao menos R$ 1,2 milhão para empresas de homem apontado como operador de propinas

Padilha e Temer: amigo do presidente também afirmou ter sido intermediário de encomenda de Padilha (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de março de 2017 às 10h39.

Brasília e São Paulo - A quebra de sigilo das empresas de Adir Assad, apontado como operador de propinas, revela que empresas dos filhos de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer , pagaram ao menos R$ 1,2 milhão para firmas consideradas de fachada.

As empresas de Marcos e Marcelo Mariz de Oliveira Yunes, todas ligadas a Yuny Incorporadora, aparecem em 113 transações com a SM Terraplanagem e em 28 operações com a Legend Engenheiros.

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A Legend e a SM, segundo investigações do Ministério Público Federal, não possuíam condições para funcionar e eram emissoras de notas frias utilizadas para produzir dinheiro em espécie que abastecia o caixa 2 de empresas interessadas em pagar vantagens indevidas a agentes públicos e partidos políticos.

Entre 27 de maio de 2010 e 24 de novembro de 2011, as empresas de empreendimentos imobiliários Yuny repassaram R$ 976 mil para a SM. Para a Legend foram outros R$ 235 mil no período de dezembro de 2008 até agosto de 2010.

Do grupo Yuny, repassaram valores às empresas de Assad a Yuny GTIS Leopoldo, Yuny GTIS Abell, Yuny VCEP, Yuny Pirap Empreendimentos, Yuny Vila Romana, Yuny Apollo, Yuny Polaris Participações, Yuny Gemini, Yuny Halley Participações, Yuny Vila Carrão e Ynuy GTIS Atillio Innocenti.

José Yunes, pai de Marcos e Marcelo, deixou o governo após ter sido citado na delação de Claudio Mello Filho, da Odebrecht.

O executivo disse que parte dos R$ 10 milhões solicitados em reunião no Palácio do Jaburu, da qual o ministro Eliseu Padilha e Temer participaram, teria sido entregue no escritório de Yunes, na capital paulista.

Depois da divulgação da delação, Yunes prestou depoimento espontâneo na Procuradoria-Geral da República e afirmou ter sido utilizado como "mula involuntária" por Padilha, este último o destinatário dos valores entregues pelo corretor Lúcio Bolonha Funaro, preso na Papuda.

Além da SM e Legend, as empresas de Assad - Rock Star, Power To Ten, Soterra e SP Terraplanagem - movimentaram cerca de R$ 1,3 bilhão provenientes de grandes companhias.

O empresário teve a prisão preventiva decretada quatro vezes desde 2015. Chegou a ser solto duas vezes, mas foi novamente levado à prisão por decisão do juiz Sergio Moro.

Ele foi condenado na Lava Jato a 9 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, Assad negocia um acordo de colaboração com a Lava Jato.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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