Filho de ministro do TCU é alvo de 4ª fase da Registro Espúrio
Cedraz foi citado algumas vezes na Lava Jato e chegou a ser alvo de condução coercitiva na 45ª fase da operação, por suspeita de recebimento de propinas
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de setembro de 2018 às 08h43.
Brasília - O advogado Tiago Cedraz é um dos alvos dos mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal ( STF ) no âmbito da 4ª fase da operação Registro Espúrio. Ele é filho do ministro Tribunal de Contas da União ( TCU ) Aroldo Cedraz.
A nova etapa da investigação tem como objetivo apurar desvios de valores da Conta Especial Emprego e Salário (CEES). A conta é abastecida com dinheiro da contribuição sindical. Segundo a PF, o grupo criminoso alvo da ação atuava "junto a entidades interessadas em obter fraudulentamente restituições de contribuições sindicais recolhidas a mais ou indevidamente da CEES".
O escritório de advocacia e a casa de Cedraz são alvos de busca e um dos seus sócios, Bruno Galiano, tem contra ele pedido de prisão temporária.
Cedraz foi citado algumas vezes na Lava Jato e chegou a ser alvo de condução coercitiva na 45ª fase da operação, a Abate II, por suspeita de recebimento de propinas de contrato da empresa norte-americana Sargeant Marine com a Petrobrás.
O advogado também foi citado em depoimento de delação premiada do dono da UTC Participações, Ricardo Pessoa. Conforme o empresário, Tiago receberia pagamentos de R$ 50 mil mensais para repassar à empreiteira informações do TCU que envolvessem seus interesses.
Tiago Cedraz também teria sido contratado pela UTC para atuar num caso sobre a Usina de Angra 3, que discutia licitação para obras de R$ 2 bilhões. Por esse caso, o escritório dele teria negociado pagamento de R$ 1 milhão.