Fiéis fazem caminhada contra intolerância religiosa no Rio
A mobilização teve como objetivo mostrar a convivência pacífica de todas as religiões e reivindicar atitudes do poder público para combater os crimes cometidos por causa do preconceito.
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2015 às 16h26.
Rio de Janeiro - Centenas de fiéis e líderes religiosos de diversas denominações participaram hoje (20) da 8ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro . A mobilização teve como objetivo mostrar a convivência pacífica de todas as religiões e reivindicar atitudes do poder público para combater os crimes cometidos por causa do preconceito .
O presidente da Comissão Estadual de Combate à Intolerância, Ivanir dos Santos, pediu também que os crimes motivados pela religião sejam investigados e punidos.
“Primeiro, as delegacias têm de registrar esses casos como intolerância religiosa e não, como rixa de vizinho e desentendimento. Segundo, é importante esses casos chegarem até o Judiciário e ele tomar suas medidas. E o governo federal tem de fazer o Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Enquanto governo e sociedade civil não pactuarem uma forma de enfrentar a situação, o que está em risco é a democracia”, disse.
Apedrejada na saída de um culto de candomblé em junho, a menina Kailane Campos, de 11 anos, participou da caminhada. Para ela, a violência religiosa nasce do sentimento de superioridade e de ignorância.
“Essas pessoas que fizeram isso comigo, com certeza acham que a religião deles é a certa. Eles dizem que a nossa religião serve ao diabo. Mas eles não sabem que o mesmo Deus que eles cultuam na igreja deles, a gente cultua na nossa também, mesmo que o nome [do Deus] seja diferente”, declarou.
O diretor da Sociedade Beneficente Muçulmana, Sami Isbelle, teme que a ignorância se reverta em violência contra os refugiados da Síria que tem chegado ao Brasil. Segundo ele, muitas pessoas não diferenciam a religião islâmica do radicalismo professado por grupos extremistas.
“O Brasil foi um local que nunca teve esse tipo de sentimento e hoje ele está presente de forma crescente. Não só na internet como também em vias de fato, nas ruas, principalmente contra as mulheres que se vestem com véu islâmico”, disse.
Também participaram da caminhada lideranças católicas, protestantes, espíritas, budistas, judaicas entre outras. Os participantes se concentraram na altura do Posto 5, de onde caminharam até a Praça do Lido.
*Colaborou Tâmara Freire, repórter do Radiojornalismo
Editor Wellton Máximo
Rio de Janeiro - Centenas de fiéis e líderes religiosos de diversas denominações participaram hoje (20) da 8ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro . A mobilização teve como objetivo mostrar a convivência pacífica de todas as religiões e reivindicar atitudes do poder público para combater os crimes cometidos por causa do preconceito .
O presidente da Comissão Estadual de Combate à Intolerância, Ivanir dos Santos, pediu também que os crimes motivados pela religião sejam investigados e punidos.
“Primeiro, as delegacias têm de registrar esses casos como intolerância religiosa e não, como rixa de vizinho e desentendimento. Segundo, é importante esses casos chegarem até o Judiciário e ele tomar suas medidas. E o governo federal tem de fazer o Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Enquanto governo e sociedade civil não pactuarem uma forma de enfrentar a situação, o que está em risco é a democracia”, disse.
Apedrejada na saída de um culto de candomblé em junho, a menina Kailane Campos, de 11 anos, participou da caminhada. Para ela, a violência religiosa nasce do sentimento de superioridade e de ignorância.
“Essas pessoas que fizeram isso comigo, com certeza acham que a religião deles é a certa. Eles dizem que a nossa religião serve ao diabo. Mas eles não sabem que o mesmo Deus que eles cultuam na igreja deles, a gente cultua na nossa também, mesmo que o nome [do Deus] seja diferente”, declarou.
O diretor da Sociedade Beneficente Muçulmana, Sami Isbelle, teme que a ignorância se reverta em violência contra os refugiados da Síria que tem chegado ao Brasil. Segundo ele, muitas pessoas não diferenciam a religião islâmica do radicalismo professado por grupos extremistas.
“O Brasil foi um local que nunca teve esse tipo de sentimento e hoje ele está presente de forma crescente. Não só na internet como também em vias de fato, nas ruas, principalmente contra as mulheres que se vestem com véu islâmico”, disse.
Também participaram da caminhada lideranças católicas, protestantes, espíritas, budistas, judaicas entre outras. Os participantes se concentraram na altura do Posto 5, de onde caminharam até a Praça do Lido.
*Colaborou Tâmara Freire, repórter do Radiojornalismo
Editor Wellton Máximo