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Fake news faz pessoas desistirem de vacina contra febre amarela

O país vive uma epidemia de notícias falsas sobre os riscos da imunização contra o vírus - atualmente a forma mais eficaz de combate

Febre amarela: relatos de reações contrárias à vacina assustam as pessoas (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Febre amarela: relatos de reações contrárias à vacina assustam as pessoas (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de março de 2018 às 08h31.

Última atualização em 9 de março de 2018 às 08h33.

Rio - Com os casos de febre amarela se multiplicando no País, Aline (nome fictício), de 46 anos, tentava decidir se tomava ou não a vacina. Foi quando recebeu, pelo WhatsApp, áudio de uma suposta médica desaconselhando a imunização.

A comerciante carioca não lembra o nome da profissional nem onde ela trabalha. Também não sabe dizer quem divulgou o áudio, que chegou pelo grupo da família. Ainda assim, bastou para que decidisse: não se protegeu do vírus.

"Não me vacinei nem vou me vacinar", diz Aline. "No áudio, a médica explica que a vacina foi feita de qualquer jeito e é muito perigosa, que daqui a dez anos as pessoas terão problemas por causa de reações. Vou tomar uma coisa dessas?"

O País enfrenta surto da doença, com letalidade que beira 50%. E lida com a epidemia de informações mentirosas, que têm afastado muita gente da vacina, a mais eficiente forma de prevenção.

"Notícias falsas sobre febre amarela se alastram numa velocidade alarmante nas redes sociais", atesta o pesquisador da Fiocruz Igor Sacramento, que estuda fake news na saúde.

Uma notícia falsa que circulou no WhatsApp relacionava a vacina a casos de autismo - o que tampouco é verdadeiro. Há outra feita supostamente com base em um estudo da Fiocruz.

O texto diz que a vacina não seria capaz de imunizar e remetia ao link do artigo da instituição - que não afirma que a vacina não funciona. A Fiocruz desmentiu o boato.

"Estão ficando mais sofisticadas, com cara de notícia verdadeira, edição profissional, usando estudos verdadeiros como base", diz Sacramento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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