Fábio Faria viu seu patrimônio se multiplicar desde que entrou na política
Deputado há 14 anos, Faria declarou R$ 259 mil ao TSE em seu primeiro mandato. Na eleição em 2018, os bens do parlamentar saltaram para R$ 6,5 milhões
Agência O Globo
Publicado em 12 de junho de 2020 às 12h18.
Alçado ao cargo de ministro das Comunicações , o deputado Fábio Faria (PSD-RN) viu se patrimônio se multiplicar desde que entrou na política em 2006. Em seu primeiro mandato, ainda aos 29 anos, Faria declarou à Justiça Eleitoral R$ 249,8 mil em bens.
Já na sua última eleição de 2018, o deputado informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter R$ 6, 5 milhões em bens. A informação foi antecipada pelo site O Antagonista e confirmada pelo GLOBO.
A escolha do presidente Jair Bolsonaro pelo deputado ocorreu em meio à aproximação do presidente com o bloco de partidos do Centrão, em troca de apoio político.
Bolsonaro sustenta que foi uma escolha pessoal e que não se trata de indicação de Gilberto Kassab, presidente do PSD. Faria é genro de Silvio Santos, apresentador de TV e empresário. O deputado é frequentador assíduo do gabinete de Bolsonaro. Para acomodá-lo no governo, Bolsonaro recriou o Ministério das Comunicações.
Na primeira legislatura há quase 14 anos, a maior parte do patrimônio de Faria era uma caminhonete toyota Hillux, avaliada em R$ 160 mil. Havia ainda mais R$ 19, 8 mil de participação numa academia e os demais recursos se referiam ao capital social de outras duas empresas, a "F2 Comunicações" e a "Documentos e Delivery LTDA".
Quatro anos depois, o patrimônio do parlamentar saltou para R$ 1, 926 milhão, segundo o TSE. Para quem só tinha um carro no primeiro mandato, o deputado em 2010 já mantinha ainda a mesma caminhonete e declarou também um Ford Fusion, de R$ 74 mil, além de um apartamento de frente para a praia em Natal, avaliado em R$ 1, 072 milhão e cerca de R$ 500 mil de participação em seis empresas. Na ocasião, o parlamentar declarou ter R$ 101 mil em dinheiro vivo.
Em 2014, o patrimônio do deputado mais que dobrou e, segundo o TSE, chegou a R$ 5,064 milhões. Na ocasião, o deputado voltou a declarar valores em espécie: R$ 85 mil .Ele manteve o apartamento beira mar em Natal e também informou ter R$ 3, 6 milhões em ações da academia Bodytech - que chegou a ser apontada na operação Lava-Jato como supostamente intermediária de pelo menos R$ 20 milhões de propina da Andrade Gutierrez para o hoje deputado Aécio Neves (PSDB-MG). Aécio sempre negou as acusações.
No último pleito em 2018, dos R$ 6, 5 milhões declarados por Faria, pelo menos R$ 4 milhões eram ações da academia Bodytech e outros R$ 350 mil se referiam a veículos de luxo - uma Mercedes GL-20 de R$ 270 mil e um Hyundai Azera de R$ 80 mil. Além disso, também informou ter R$ 742 mil na Accioly Fitness Participações S/A.