Enxurrada de produtos piratas mobiliza polícia na Rio-2016
Em um país no qual versões pirateadas de qualquer produto são facilmente encontradas, os organizadores da Rio 2016 estão lutando contra falsificações
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2016 às 18h40.
Rio de Janeiro - Você quer uma placa de carro olímpica? Um lenço olímpico bordado à mão? Ou que tal cocaína olímpica? Esses e outros produtos foram apreendidos pela polícia do Rio de Janeiro em operações de repressão ao uso nada autorizado dos anéis olímpicos, dos mascotes e de outros símbolos dos Jogos antes da Olimpíada, que começa na sexta-feira.
Em um país no qual versões pirateadas de praticamente qualquer produto são facilmente encontradas, os organizadores da Rio 2016 estão lutando contra uma enxurrada de falsificações produzidas e vendidas por pessoas que querem lucrar com o frisson em torno da primeira Olimpíada sediada na América do Sul.
"São oportunistas", diz Valeria Aragão, inspetora de polícia a cargo de uma unidade antipirataria de 20 integrantes, que nas últimas semanas realizou batidas em toda a cidade, confiscando todo tipo de produto olímpico falso.
Durante uma operação recente, ele flagrou uma comerciante idosa, que havia acabado de bordar "Olimpíada 2016" em uma série de lenços, pendurando um deles na vitrine.
A unidade de narcóticos, por sua vez, chegou a apreender tijolos de maconha prensada e pacotes de cocaína que os traficantes enfeitaram com os cinco anéis olímpicos em operações recentes.
Ao longo da semana passada, a unidade policial liderada por Valeria Aragão fez batidas em barracas de ambulantes em mercados turísticos bem conhecidos de Copacabana e Ipanema e apreendeu mais de 2.300 itens que iam de canetas a chaveiros, camisetas e toalhas de praia.
"Há todo tipo de gente por aí comercializando coisas que têm pouca coisa a ver com o espírito do esporte ou os valores olímpicos", diz Sylmara Multini, diretora de licenciamento e varejo do comitê organizador Rio 2016.
Os Jogos, claro, têm tanto a ver com dinheiro quanto com esporte. Oficialmente, aqueles que têm direito de capitalizar o evento são os patrocinadores e parceiros locais, que no momento incluem grandes multinacionais como Coca-Cola, McDonald's e Bradesco.
Ainda há os detentores de licenças comerciais, que fabricam e vendem os cerca de 5 mil objetos, peças de roupa e lembranças oferecidas pela Rio 2016.
Combinadas, as rendas de todas estas fontes devem somar quase 3 bilhões de reais.
Mas no Brasil o mercado negro é um grande negócio. As vendas de produtos pirateados e falsificados ultrapassam e muito os 100 bilhões de reais por ano, de acordo com estimativas de vários setores da indústria.
Não é a primeira vez que autoridades olímpicas sofrem com este problema. Na China, lar de muitos fornecedores do mercado negro, as autoridades também tiveram que combater os falsificadores antes dos Jogos de Pequim 2008.
Rio de Janeiro - Você quer uma placa de carro olímpica? Um lenço olímpico bordado à mão? Ou que tal cocaína olímpica? Esses e outros produtos foram apreendidos pela polícia do Rio de Janeiro em operações de repressão ao uso nada autorizado dos anéis olímpicos, dos mascotes e de outros símbolos dos Jogos antes da Olimpíada, que começa na sexta-feira.
Em um país no qual versões pirateadas de praticamente qualquer produto são facilmente encontradas, os organizadores da Rio 2016 estão lutando contra uma enxurrada de falsificações produzidas e vendidas por pessoas que querem lucrar com o frisson em torno da primeira Olimpíada sediada na América do Sul.
"São oportunistas", diz Valeria Aragão, inspetora de polícia a cargo de uma unidade antipirataria de 20 integrantes, que nas últimas semanas realizou batidas em toda a cidade, confiscando todo tipo de produto olímpico falso.
Durante uma operação recente, ele flagrou uma comerciante idosa, que havia acabado de bordar "Olimpíada 2016" em uma série de lenços, pendurando um deles na vitrine.
A unidade de narcóticos, por sua vez, chegou a apreender tijolos de maconha prensada e pacotes de cocaína que os traficantes enfeitaram com os cinco anéis olímpicos em operações recentes.
Ao longo da semana passada, a unidade policial liderada por Valeria Aragão fez batidas em barracas de ambulantes em mercados turísticos bem conhecidos de Copacabana e Ipanema e apreendeu mais de 2.300 itens que iam de canetas a chaveiros, camisetas e toalhas de praia.
"Há todo tipo de gente por aí comercializando coisas que têm pouca coisa a ver com o espírito do esporte ou os valores olímpicos", diz Sylmara Multini, diretora de licenciamento e varejo do comitê organizador Rio 2016.
Os Jogos, claro, têm tanto a ver com dinheiro quanto com esporte. Oficialmente, aqueles que têm direito de capitalizar o evento são os patrocinadores e parceiros locais, que no momento incluem grandes multinacionais como Coca-Cola, McDonald's e Bradesco.
Ainda há os detentores de licenças comerciais, que fabricam e vendem os cerca de 5 mil objetos, peças de roupa e lembranças oferecidas pela Rio 2016.
Combinadas, as rendas de todas estas fontes devem somar quase 3 bilhões de reais.
Mas no Brasil o mercado negro é um grande negócio. As vendas de produtos pirateados e falsificados ultrapassam e muito os 100 bilhões de reais por ano, de acordo com estimativas de vários setores da indústria.
Não é a primeira vez que autoridades olímpicas sofrem com este problema. Na China, lar de muitos fornecedores do mercado negro, as autoridades também tiveram que combater os falsificadores antes dos Jogos de Pequim 2008.