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Entenda as acusações contra amigo de Moro no âmbito da Lava Jato

Rodrigo Tacla Duran acusa amigo de Moro de intermediar negociações paralelas com a equipe da Lava Jato

Sérgio Moro: juiz saiu em defesa do amigo, lamentando as acusações feitas por "um foragido da Justiça" (Rafael Marchante/Reuters)

Luiza Calegari

Publicado em 28 de agosto de 2017 às 10h15.

São Paulo - Um trecho de livro publicado na internet por engano gerou polêmica em torno do juiz Sérgio Moro .

No texto, o advogado Rodrigo Tacla Duran (que representou a Odebrecht de 2011 a 2016) acusa o advogado trabalhista Carlos Zucolotto Junior de intermediar negociações paralelas dele com a força-tarefa da Operação Lava Jato.

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A informação foi publicada na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo de domingo.

Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro e organização criminosa, e teve a prisão decretada por Moro. Ele tentou fechar um acordo de delação premiada , mas as negociações fracassaram.

Carlos Zucolotto Junior é amigo e foi padrinho de casamento do juiz Sergio Moro. Além disso, a esposa de Moro já foi sócia do escritório de Zucolotto.

Segundo o jornal, Tacla Duran diz que combinava com Zucolotto o abrandamento de pena e diminuição da multa que ele próprio deveria pagar em um acordo de delação premiada. Em troca, Zucolotto seria pago por meio de caixa dois.

Ao jornal, Zucolotto, o amigo de Moro, negou as acusações. Além disso, procuradores citados por Tacla Duran afirmam não conhecer Zucolotto.

Sérgio Moro afirmou, a respeito da polêmica, que o amigo é "sério e competente", lamentando que "a palavra de um acusado foragido da Justiça brasileira seja utilizada para levantar suspeitas infundadas sobre a atuação da Justiça".

Leia a íntegra da resposta de Moro:

Sobre a matéria "Advogado acusa amigo de Moro de intervir em acordo" escrita pela jornalista Mônica Bérgamo e publicada em 27/08/2017 pelo Jornal Folha de São Paulo, informo o que segue:

- o advogado Carlos Zucoloto Jr. é advogado sério e competente, atua na área trabalhista e não atua na área criminal;

- o relato de que o advogado em questão teria tratado com o acusado foragido Rodrigo Tacla Duran sobre acordo de colaboração premiada é absolutamente falso;

- nenhum dos membros do Ministério Público Federal da Força Tarefa em Curitiba confirmou qualquer contato do referido advogado sobre o referido assunto ou sobre qualquer outro porque de fato não ocorreu qualquer contato;

- Rodrigo Tacla Duran não apresentou à jornalista responsável pela matéria qualquer prova de suas inverídicas afirmações e o seu relato não encontra apoio em nenhuma outra fonte;

- Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro de milhões de dólares e teve a sua prisão preventiva decretada por este julgador, tendo se refugiado na Espanha para fugir da ação da Justiça;

- o advogado Carlos Zucoloto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me; e

- lamenta-se o crédito dado pela jornalista ao relato falso de um acusado foragido, tendo ela sido alertada da falsidade por todas as pessoas citadas na matéria.

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaNovonor (ex-Odebrecht)Operação Lava JatoSergio Moro

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