Empresários, liderados por Flávio Rocha, decidem apoiar ato pró-Bolsonaro
Grupo reúne nomes do empresariado simpáticos ao governo Bolsonaro, como Luciano Hang (dono da Havan) e João Appolinário (Polishop)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de maio de 2019 às 08h56.
Última atualização em 24 de maio de 2019 às 10h11.
Brasília - O Instituto Brasil 200, movimento de empresários liderado por Flávio Rocha , dono da varejista Riachuelo, decidiu apoiar publicamente as manifestações programadas para o domingo (26).
O grupo, que reúne nomes do empresariado simpáticos ao governo Jair Bolsonaro, como Luciano Hang (dono da Havan) e João Appolinário (Polishop), estava reticente em incentivar a adesão aos atos no início, mas mudou de posição, afirmou Gabriel Rocha Kanner, que é presidente do Brasil 200.
"Estávamos contrários porque a manifestação surgiu de forma nebulosa, com pautas com ataques às instituições e a favor do fechamento do Congresso. Somos contrários à tese revolucionária. Acreditamos que as mudanças têm de ser feitas pelas instituições", afirmou.
Segundo ele, porém, as pautas "evoluíram" e as manifestações trarão agora temas defendidos pelo Brasil 200. "As manifestações são um fenômeno orgânico e vão ganhando corpo. Defendemos a reforma da Previdência, a reforma administrativa e o pacote anticrime de Moro e, por isso, daremos nosso apoio", disse.
Para Kanner, foi o que aconteceu em 2013, quando os protestos eram pelo aumento do preço da passagem e se tornaram contra a corrupção. Ou nas manifestações pelo impeachment, que começaram com pessoas pedindo a intervenção militar.
Kanner estará na Avenida Paulista e diz que outros também sairão às ruas do país, caso de Luciano Hang. Ele nega, porém, que representantes do governo ou do partido do presidente tenham pedido que o Brasil 200 apoiasse formalmente as manifestações.
O instituto, que se define como apartidário, abriu escritório em Brasília para fazer lobby por políticas liberais e tem a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) como coordenadora de sua frente parlamentar.
Um empresário muito próximo a Bolsonaro, que falou sob reserva, afirmou que alguns executivos ainda avaliam se estarão de fato no ato, já que o presidente disse que não o apoia formalmente. Ele disse temer que sua presença seja confundida com aval direto de Bolsonaro às manifestações.