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Em tentativa de se reeleger na Câmara, Maia acena a aliados de Bolsonaro

Embora precise do apoio do futuro presidente para seguir à frente da Câmara, Maia não é visto com bons olhos pelo PSL, partido de Bolsonaro

Rodrigo Maia: presidente da Câmara defendeu a necessidade da votação da reforma da Previdência, um dos temas que tem sido defendidos por Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de novembro de 2018 às 16h10.

Brasília - Em uma sinalização a seus colegas e ao próximo governo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aproveitou a solenidade em comemoração aos 30 anos da promulgação da Constituição Federal para fazer acenos em prol da sua recondução ao cargo. Ele é um dos cotados para a corrida pelo comando da Casa a partir do ano que vem.

Maia defendeu a necessidade da votação da reforma da Previdência, um dos temas que tem sido defendido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro . O discurso do democrata chamou a atenção do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes , que, sentado na primeira fileira do plenário da Câmara, até então prestava atenção apenas em seu celular.

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"O fato de não querermos uma nova Constituição não significa negar a necessidade de reformas. É preciso controlar o déficit fiscal, ainda que tenhamos de enfrentar críticas", afirmou Maia. Para ele, a medida vai ao encontro da busca por maior igualdade social. "Não é possível combater a desigualdade com baixo crescimento econômico, precisamos aumentar o dinamismo da economia e do setor público", disse.

Em outra sinalização a Bolsonaro e seus apoiadores, Maia afirmou que a busca pelo maior crescimento econômico faz parte do acordo social e destacou que a Câmara tem cumprido o seu papel, mas pode avançar mais. Ele também ressaltou que é preciso "dar uma resposta coordenada à violência", em referência a outro tema caro à Bolsonaro, que teve a questão da segurança pública como uma das suas principais bandeiras durante a campanha eleitoral.

"Democracias constitucionais são forjadas a partir do que somos capazes de construir em conjunto. Temos agendas que são prementes e envolvem ajustes. A Câmara tem feito sua parte e fará mais", afirmou.

Maia precisa do apoio do futuro presidente para continuar à frente do comando da Câmara. O partido de Bolsonaro, o PSL, no entanto, não vê o democrata com bons olhos. Integrantes da legenda afirmam que ele foi eleito para o cargo com o apoio de partidos de esquerda e que, por isso, não podem confiar nele para um novo mandato como presidente.

Citando Ulisses Guimarães, ex-presidente da Câmara, Maia afirmou ainda que a sobrevivência da democracia é condicionada à persistência da Constituição Federal. "Há vitórias que precisam ser lembradas, mas há mais a fazer do que lembrar. Que não nos falte força e sabedoria para cumprir nossos desígnios. O melhor tributo que podemos prestar à população é o trabalho incessante", afirmou o atual presidente da Câmara.

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