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Em retaliação ao MDB, União Brasil ameaça lançar Kataguiri à prefeitura de São Paulo

A candidatura própria na capital paulista rivalizaria com o emedebista Ricardo Nunes, que busca a reeleição

Eleições: Como parte do governo, o União já havia sinalizado que estaria no palanque de Nunes (Bruno Spada/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 09h38.

A iminente filiação do vice-governador do Rio, Thiago Pampolha, ao MDB não agradou os dirigentes do União Brasil, que agora ameaçam lançar o deputado federal Kim Kataguiri à prefeitura de São Paulo em retaliação. A manobra seria articulada pelo presidente estadual da sigla, Antonio Rueda, que deve assumir o comando nacional em fevereiro, no lugar de Luciano Bivar.

A candidatura própria na capital paulista rivalizaria com o emedebista Ricardo Nunes, que busca a reeleição e tem em seu secretariado dois titulares do União — nas pastas de Transportes e Esportes. Parte da sigla, contudo, minimiza o plano e diz que a desfiliação de Pampolha seria um fator “pequeno” para mudar os rumos da disputa em outro estado. Como parte do governo, o União já havia sinalizado que estaria no palanque de Nunes.

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Os meses que faltam para as eleições também são apontados como benéficos para Nunes, já que podem esfriar o conflito e consolidar a aliança. Mesmo com o apoio velado do partido ao prefeito, Kataguiri se colocou como pré-candidato ao pleito e tem dado afirmado, em declarações públicas, de que irá concorrer. Procurado, o ele não quis comentar.

O convite a Pampolha para ingressar no MDB partiu do governador do Pará, Helder Barbalho, em conversa durante a COP-28, em dezembro passado. Na ocasião, o vice-governador teria dito a Barbalho que estava de saída do União por um desgaste interno.

— Thiago sempre teve uma relação boa com o partido no Rio. As tratativas avançaram com o diretório nacional e depois conosco — afirma o presidente estadual do MDB, Leonardo Picciani.

Articuladores de Pampolha apontam que algumas situações no União desagradaram o aliado do governador Cláudio Castro (PL). A principal diz respeito à eleição municipal no Rio e a proximidade do partido com o prefeito, Eduardo Paes (PSD), que é adversário de seu grupo político. O vice teria solicitado aos dirigentes partidários que fosse avisado sobre as movimentações de apoio na capital fluminense, mas teria sido surpreendido como uma foto de Antonio Rueda com Paes em Brasília.

Pampolha também teria ficado insatisfeito com o cargo que ocupa no partido — de terceiro vice-presidente — e com as negativas da cúpula de apoiar seus aliados em outras cidades do estado por alianças já costuradas pela sigla.

Na avaliação de Castro, o movimento de Pampolha foi precipitado. O governador também teria reclamado, em reunião, de ser informado da troca partidária em cima da hora. A filiação ainda não ocorreu, mas o convite já foi aceito formalmente e a cerimônia deve ser realizada ainda em janeiro.

A decisão de Pampolha gerou uma guerra de versões. De um lado, dirigentes vem tratando-o como “traidor”. No dia do anúncio da desfiliação, o vice-presidente do União no Rio, Márcio Canella, fez uma postagem sobre “traições” na política carioca. Articuladores do vice-governador, por sua vez, afirmam que suas insatisfações foram colocadas em diversas reuniões, mas não foram atendidas

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