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Elevação do compulsório alivia pressão por alta dos juros

Estrategista sênior da Cruzeiro do Sul Corretora diz que medida do BC é eficiente para reduzir consumo

Tarefa de Tombini de controlar inflação pode ser facilitada com a alta do compulsório (DIVULGAÇÃO/Ordem dos Economistas do Brasil)
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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 09h32.

São Paulo - A elevação do compulsório anunciada pelo Banco Central vai evitar a utilização de instrumentos mais “cruéis e perversos” de política monetária, como a alta dos juros.

A avaliação é do estrategista-sênior da Cruzeiro do Sul Corretora, Jason Vieira, que considera a medida mais eficiente do que uma subida da Selic. “Os juros penalizam o governo (dívida pública), a indústria (investimentos) e o consumo (crédito). O compulsório vai direto no cerne da questão, que é o consumo.”

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Além disso, Vieira lembra que há uma defasagem de seis a nove meses entre a alta da taxa Selic e o efeito na economia. No caso do compulsório, os bancos ficam imediatamente com menos recursos para emprestar. “O interbancário fica mais caro na hora e as instituições repassam para os empréstimos aos clientes.”

O estrategista-sênior da Cruzeiro do Sul Corretora trabalhava com a possibilidade de uma alta dos juros na reunião da próxima semana do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. “A elevação do compulsório afasta esse risco.” O cenário para o primeiro encontro do Copom no ano que vem, em janeiro, ainda é incerto. “Prefiro aguardar os dados de inflação de dezembro e janeiro para calibrar as previsões”, diz Vieira.

Ao contrário de uma alta de juros, que tende a valorizar o câmbio, o aumento do compulsório tem impacto “quase nulo”, segundo o especialista. “Estamos sendo muito influenciados pelo perda de valor do dólar no mercado internacional. Além disso, a alta do compulsório não muda o diferencial de juros para os estrangeiros que fazem arbitragem.”

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