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Eleição indireta racharia a oposição, diz Randolfe Rodrigues

Apesar de defender novas eleições diretas, o senador acha "pouco provável" que haja tempo hábil para aprovar uma PEC sobre o tema no Congresso

Randolfe Rodrigues: "Em caso de eleição indireta, a oposição se dividirá" (Antônio Cruz/ABr/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de maio de 2017 às 18h16.

Brasília - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) considera que uma eventual eleição indireta para a presidência da República iria rachar a oposição .

Apesar de defender novas eleições diretas, caso o presidente Michel Temer deixe o cargo, o parlamentar acha "pouco provável" que haja tempo hábil para aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sobre o tema no Congresso.

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A solução, diz, seria seguir o que determina a Constituição.

"Vamos avaliar (possíveis candidatos). Em caso de eleição indireta, a oposição se dividirá. A nossa percepção não deverá ser a mesma do PT, por exemplo", declarou Randolfe.

Ele apoia a ideia do senador Cristovam Buarque (PPS-DF) de que nenhum integrante do Congresso deveria se candidatar à eleição indireta, já que os próprios parlamentares seriam responsáveis por eleger o presidente "tampão".

Como possíveis nomes para uma eventual eleição no Congresso, Randolfe citou juristas como os ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto e Joaquim Barbosa.

"Não querendo ser apolítico, mas o ideal seria alguém com perfil técnico que construísse um consenso nacional até 2018."

Randolfe voltou a cobrar que o presidente Temer renuncie ao cargo. Na semana passada, o senador protocolou um pedido de impeachment contra o peemedebista na Câmara.

"A saída do presidente pouparia o Brasil e sua incipiente democracia. Temer está desestabilizando a economia e a política pelo capricho de manter a prerrogativa do foro privilegiado", avaliou.

O parlamentar afirmou ainda que Temer "passou de todos os limites" e está "debochando" da nação.

Ele também disse que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), precisa se posicionar sobre os oito pedidos de impeachment de Temer apresentados à Casa.

"Maia tem que responder ao Brasil. O presidente da República é pego com a boca na botija, envolvido nos crimes mais graves que um presidente já se envolveu no País, e o presidente da Câmara não se manifesta?

Maia tem que decidir se vai ser leal a um governo moribundo ou ao povo brasileiro", criticou Randolfe.

Na pauta do Senado desta terça-feira, 23, está a PEC que extingue o foro privilegiado para autoridades, relatada por Randolfe.

Em plenário, ele pediu hoje que os parlamentares aprovem o texto como forma de dar uma boa resposta à sociedade, mas já admite que o projeto não deve ser apreciado por falta de quórum.

"Esta é a única matéria possível a ser analisada", disse, defendendo a obstrução para todas as outras matérias em tramitação na Casa.

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