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É difícil reverter queda de popularidade de Dilma, diz CNI

Avaliação ruim e péssima do governo Dilma disparou para 31% em julho segundo pesquisa Ibope feita para a CNI

Manifestante usa máscara da presidente Dilma Rousseff durante protesto do Dia Nacional de Luta: antes das manifestações, a avaliação positiva era de 55% e a negativa de 13% (REUTERS/Ueslei Marcelino)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2013 às 18h12.

Brasília - A forte queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff é de difícil reversão na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), porque depende das respostas do governo aos protestos e das condições econômicas do país, disse a entidade nesta quinta-feira, após divulgação de nova pesquisa que apontou queda na aprovação da presidente.

A avaliação ruim e péssima do governo Dilma disparou para 31 por cento em julho e agora empata com o percentual dos que consideram a administração da petista ótima e boa, mostrou pesquisa Ibope feita para a CNI e divulgada nesta quinta.

Os que veem o governo como regular aumentaram para 37 por cento, em comparação a 32 por cento no mês passado.

Em junho, antes das manifestações que tomaram as ruas do país pedindo, entre outras coisas, por melhores serviços públicos, a avaliação positiva era de 55 por cento e a negativa de 13 por cento.

"Se a sociedade continuar reclamando de saúde, segurança e educação, que são problemas que não se resolvem rapidamente, pode ser que apenas com as medidas que estão sendo tomadas você reverta o quadro, mas acho que é quadro mais difícil de reverter", avaliou o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato Fonseca.

De acordo com ele, uma eventual recuperação da aprovação da presidente passa também pelo desempenho da economia que, no entanto, não tem dado sinais de melhora.

"Se a economia voltar a crescer rapidamente, as pessoas sentirem melhora em termos de emprego, e isso vai se refletir nas demais variáveis, você tem também melhora mais rápida dessa avaliação", disse.

"(A economia) está apontando para um aprofundamento da crise, se isso realmente acontecer... a avaliação da presidente, provavelmente, vai continuar baixa como está hoje", ressalvou.


No levantamento, o percentual dos que aprovam a maneira da presidente governar desabou para 45 por cento, em comparação aos 71 por cento de junho. Agora, são 49 por cento os que desaprovam, ante 25 por cento no mês passado. Também a confiança em Dilma despencou. Agora são 45 por cento que confiam, ante 67 por cento.

Uma queda na popularidade da presidente já havia sido registrada no levantamento de junho, quando a avaliação positiva do governo caiu de 63 por cento para 55 por cento, puxada principalmente pelo aumento da inflação.

A queda brusca registrada na pesquisa divulgada nesta quinta está ligada diretamente às manifestações de junho, que chegaram a levar mais de 1 milhão de pessoas às ruas de cidades de todo o país.

Para Fonseca, Dilma não deve retomar o patamar de 63 por cento de avaliação positiva, registrada na pesquisa CNI/Ibope de março, mas ele avalia também que ainda é muito cedo para avaliar o impacto desse cenário na eleição presidencial, marcada para outubro do ano que vem.

"Falta muito tempo para a eleição", disse. "Óbvio que vai afetar o cenário político, mas o governo está se mexendo e a presidente está reagindo", argumentou.

Desde que eclodiu a onda de manifestações no mês passado, Dilma tem defendido cinco pactos, anunciados por ela em reunião com os governadores e os prefeitos de capitais --responsabilidade fiscal, saúde, educação, transporte público e reforma política.

A pesquisa mostrou, porém, que 31 por cento dos entrevistados "desaprovam totalmente" as respostas dadas por Dilma aos protestos. Outros 14 por cento "aprovam completamente".

INFLAÇÃO A inflação, que serviu de "gatilho" para o início da queda de popularidade da presidente no mês passado, não ficou entre as três primeiras opções das áreas que mais são desaprovadas no governo federal pela população.

A pesquisa mostrou que para 71 por cento da população a área com pior desempenho é a saúde. Nessa parte da sondagem, os entrevistados podiam indicar três áreas, por isso a soma dos percentuais é superior a 100 por cento.

Segurança pública, com 40 por cento, foi a segunda pior, seguida por educação, com 37 por cento. O item "custo de vida e os preços" só foi citado por 12 por cento dos entrevistados.

"No mês passado, a inflação foi apenas um gatilho que gerou queda de popularidade, que pode ter influenciado as manifestações", argumentou.

"A inflação é um gatilho, mas não é um problema principal hoje da população brasileira", acrescentou Fonseca.

O levantamento foi realizado entre os dias 9 e 12 deste mês, junto a 2.002 pessoas, em 434 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

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Brasília - A forte queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff é de difícil reversão na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), porque depende das respostas do governo aos protestos e das condições econômicas do país, disse a entidade nesta quinta-feira, após divulgação de nova pesquisa que apontou queda na aprovação da presidente.

A avaliação ruim e péssima do governo Dilma disparou para 31 por cento em julho e agora empata com o percentual dos que consideram a administração da petista ótima e boa, mostrou pesquisa Ibope feita para a CNI e divulgada nesta quinta.

Os que veem o governo como regular aumentaram para 37 por cento, em comparação a 32 por cento no mês passado.

Em junho, antes das manifestações que tomaram as ruas do país pedindo, entre outras coisas, por melhores serviços públicos, a avaliação positiva era de 55 por cento e a negativa de 13 por cento.

"Se a sociedade continuar reclamando de saúde, segurança e educação, que são problemas que não se resolvem rapidamente, pode ser que apenas com as medidas que estão sendo tomadas você reverta o quadro, mas acho que é quadro mais difícil de reverter", avaliou o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato Fonseca.

De acordo com ele, uma eventual recuperação da aprovação da presidente passa também pelo desempenho da economia que, no entanto, não tem dado sinais de melhora.

"Se a economia voltar a crescer rapidamente, as pessoas sentirem melhora em termos de emprego, e isso vai se refletir nas demais variáveis, você tem também melhora mais rápida dessa avaliação", disse.

"(A economia) está apontando para um aprofundamento da crise, se isso realmente acontecer... a avaliação da presidente, provavelmente, vai continuar baixa como está hoje", ressalvou.


No levantamento, o percentual dos que aprovam a maneira da presidente governar desabou para 45 por cento, em comparação aos 71 por cento de junho. Agora, são 49 por cento os que desaprovam, ante 25 por cento no mês passado. Também a confiança em Dilma despencou. Agora são 45 por cento que confiam, ante 67 por cento.

Uma queda na popularidade da presidente já havia sido registrada no levantamento de junho, quando a avaliação positiva do governo caiu de 63 por cento para 55 por cento, puxada principalmente pelo aumento da inflação.

A queda brusca registrada na pesquisa divulgada nesta quinta está ligada diretamente às manifestações de junho, que chegaram a levar mais de 1 milhão de pessoas às ruas de cidades de todo o país.

Para Fonseca, Dilma não deve retomar o patamar de 63 por cento de avaliação positiva, registrada na pesquisa CNI/Ibope de março, mas ele avalia também que ainda é muito cedo para avaliar o impacto desse cenário na eleição presidencial, marcada para outubro do ano que vem.

"Falta muito tempo para a eleição", disse. "Óbvio que vai afetar o cenário político, mas o governo está se mexendo e a presidente está reagindo", argumentou.

Desde que eclodiu a onda de manifestações no mês passado, Dilma tem defendido cinco pactos, anunciados por ela em reunião com os governadores e os prefeitos de capitais --responsabilidade fiscal, saúde, educação, transporte público e reforma política.

A pesquisa mostrou, porém, que 31 por cento dos entrevistados "desaprovam totalmente" as respostas dadas por Dilma aos protestos. Outros 14 por cento "aprovam completamente".

INFLAÇÃO A inflação, que serviu de "gatilho" para o início da queda de popularidade da presidente no mês passado, não ficou entre as três primeiras opções das áreas que mais são desaprovadas no governo federal pela população.

A pesquisa mostrou que para 71 por cento da população a área com pior desempenho é a saúde. Nessa parte da sondagem, os entrevistados podiam indicar três áreas, por isso a soma dos percentuais é superior a 100 por cento.

Segurança pública, com 40 por cento, foi a segunda pior, seguida por educação, com 37 por cento. O item "custo de vida e os preços" só foi citado por 12 por cento dos entrevistados.

"No mês passado, a inflação foi apenas um gatilho que gerou queda de popularidade, que pode ter influenciado as manifestações", argumentou.

"A inflação é um gatilho, mas não é um problema principal hoje da população brasileira", acrescentou Fonseca.

O levantamento foi realizado entre os dias 9 e 12 deste mês, junto a 2.002 pessoas, em 434 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

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