Empresário é acusado de violar três artigos da chamada Lei do Colarinho Branco, cujas penas podem chegar a 22 anos de prisão (NurPhoto / Colaborador/Getty Images/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 08h25.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 09h21.
A prisão de Jonas Jaimovick, dono da empresa JJ Invest, ocorre mais de um ano após a Justiça Federal do Rio de Janeiro ter decretado sua prisão preventiva. Ele estava foragido e é acusado de ter desaparecido com R$ 170 milhões de milhares de vítimas em esquema fraudulento de investimentos. O empresário é acusado de violar três artigos da chamada Lei do Colarinho Branco, cujas penas podem chegar a 22 anos de prisão em caso de condenação.
Jaimovick foi preso na manhã desta segunda-feira por policiais da Delegacia de Defraudações (DDEF). Entre as vítimas, estavam atletas e celebridades como os ex-jogadores de futebol Zico e Júnior.
Segundo investigadores, Jaimovick operava "sem a devida autorização, ou com autorização obtida mediante declaração falsa, instituição financeira, inclusive de distribuição de valores mobiliários ou de câmbio", e é acusado de "gerir fraudulentamente instituição financeira" e de "apropriar-se (...) de dinheiro, título, valor ou qualquer outro bem móvel de que tem a posse, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio."
As penas previstas são de reclusão entre seis e 22 anos, além de multa.
A empresa de Jaimovick não tinha autorização para funcionar. O empresário desapareceu em fevereiro com pelo menos R$ 170 milhões de 3 mil clientes, entre eles celebridades, após reportagens do GLOBO mostrarem que a empresa era investigada pela Polícia Federal e pela própria Comissão de Valores Mobiliários.
Mesmo irregular a JJ Invest havia conquistado status de mecenas do futebol carioca, patrocinando mais de uma dezena de clubes. Um deles era o Vasco, que rompeu o contrato no mês passado por falta de pagamento.
Paralelamente, a JJ atraía aplicadores com retornos muito acima dos praticados no mercado regulado, com ganhos entre 5% e 10% ao mês. Isso apesar de a empresa possuir estrutura precária.
A maioria dos clientes sequer tinha contrato assinado, e os depósitos eram feitos diretamente nas contas de Jaimovick ou da JJ. Muitas vezes, os contatos se davam unicamente por meio de WhatsApp.