Exame Logo

Discurso duro; Trump no México…

Dilma cassada Às 13h35, por 61 votos a 20, a agora ex-presidente Dilma Rousseff teve seu processo de impeachment aprovado no Senado. Com isso, Michel Temer, que já exercia o cargo desde o dia 12 de maio, se tornou o novo presidente da República. Dilma foi condenada por crime de responsabilidade, por “contratar operações de […]

ENCONTRO: Peña Nieto e Trump apertam as mãos em reunião na Cidade do México; em debate, o muro / Henry Romero/ Reuters
DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2016 às 07h10.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h50.

Dilma cassada

Às 13h35, por 61 votos a 20, a agora ex-presidente Dilma Rousseff teve seu processo de impeachment aprovado no Senado. Com isso, Michel Temer, que já exercia o cargo desde o dia 12 de maio, se tornou o novo presidente da República. Dilma foi condenada por crime de responsabilidade, por “contratar operações de crédito com instituição financeira controlada pela União e editar decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional”, de acordo com a sentença.

Veja também

Com direitos políticos

Um dos temas polêmicos do dia foi o desmembramento da votação do processo. A pergunta que deveria ser respondida pelos senadores foi separada em duas, uma referente à cassação do mandato, outra à perda dos direitos políticos. Os senadores aceitaram tirar Dilma do poder, mas não os direitos políticos por oito anos. Assim, ela não fica impedida de concorrer a cargos públicos, nem ser indicada para secretarias ou ministérios no futuro. Os partidos que ficaram descontentes com a decisão, como DEM e PSDB, desistiram de recorrer ao Supremo Tribunal Federal, com medo de que isso criasse um risco jurídico a todo o processo.

Posse de Temer

Às 16h40, o senador Renan Calheiros começou a sessão de posse do novo presidente. Após os senadores e deputados presentes cantarem o hino nacional, Michel Temer fez o juramento com a mão sobre a Constituição e assinou o termo de posse. Não houve discurso. Temer pretendia que a posse fosse a mais breve possível para poder seguir com sua agenda do dia. Ele pretende embarcar para a reunião do G-20 em Pequim ainda na noite de hoje para chegar a tempo de compromissos na sexta-feira.

Discurso duro

Logo após ser notificada que não era mais presidente da República, Dilma Rousseff fez um discurso duro contra o novo governo. Disse que sofreu um golpe parlamentar de uma oposição que é contra os direitos de minorias e da política de transferência de renda imposta pelo PT. Ela inflou a militância a continuar “contra o golpe” e disse que fará a oposição a mais dura possível ao novo governo. Despediu-se com um “até daqui a pouco”.

Dos dois lados

Logo após a posse, Temer foi para o Palácio do Planalto para uma reunião com todos os ministros. Ele foi duro ao se referir à oposição, dizendo que é inaceitável que continue se falando em golpe depois de um processo que garantiu “ampla defesa” e foi presidido pelo judiciário. Ele chegou a dizer que “golpista são eles”, e que “bota para fora do governo” quem não refutar as acusações de golpe. O discurso foi contra o que vinha sendo anunciado, de que Temer faria um discurso de união nacional. À noite, deve ser veiculado em cadeia nacional de rádio e TV um pronunciamento gravado no início da tarde.


O plano 2017

Em discurso no fim da tarde desta quarta-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles apresentou o Orçamento para 2017, que prevê um déficit primário de 139 bilhões de reais. Para fechar a conta, em junho, o governo havia anunciado que seria necessário um “esforço arrecadatário” de 55,4 bilhões de reais. Nesta quarta-feira Meirelles esclareceu que, o crescimento de 1,6% da economia em 2017, previsto pelo governo, deve gerar um aumento de receitas de 26 bilhões de reais. Além disso, o governo pretende arrecadar outros 24 bilhões de reais com concessões e permissões. Em junho, já estavam previstos 5,6 bilhões de reais em concessões, de modo que a nova estimativa soma mais 18,4 bilhões de reais. O ministro informou ainda que o governo efetuará uma redução de 5,3 bilhões de reais em despesas e esperar arrecadar 5,7 bilhões com receitas extras que incluem a venda de ações e dividendos de estatais, para fechar a conta dos 55,4 bilhões de reais.

Negociação com Petro

O governo espera concluir até o fim do ano a renegociação do contrato de cessão onerosa com a Petrobras o que poderia implicar em perdas ou ganhos para a estatal ou União. A cessão onerosa foi assinada com a Petrobras em 2010, no processo de capitalização da companhia, e garantiu a ela o direito de explorar 5 bilhões de barris sem licitação em troca de ações da empresa. Cada barril foi cedido à Petrobras por 8,51 dólares – na época, o barril estava na casa dos 70 dólares e o contrato já previa uma renegociação. Em caso de queda nos preços, o governo teria que indenizar a estatal. Em caso de aumento, a estatal pagaria à União. Entre 2010 e 2016, os preços subiram para 100 dólares e depois caíram abaixo dos 40 dólares.

PIB -0,6%

A retração de 0,6% do Produto Interno Bruto do país no segundo trimestre, na comparação com o primeiro trimestre do ano, é a maior queda entre as principais economias globais no período. O resultado foi pior do que países que passaram por crises recentemente, como a Grécia (-0,1%). O resultado brasileiro foi o sexto trimestre consecutivo de perdas. Na comparação anual, a retração do PIB foi de 3,8%.

Trump no México

O presidenciável republicano Donald Trump visitou o México nesta quarta-feira a convite do presidente Enrique Peña Nieto. O mexicano foi duramente criticado pela opinião pública de seu país por realizar o encontro, uma vez que Trump já afirmou que, se eleito, construirá um muro para impedir a entrada de imigrantes ilegais na fronteira dos países – promessa repetida na noite de ontem, em discurso no Arizona. Peña Nite, que no passado já havia comparado Trump e sua política anti-imigração aos ditadores europeus Hitler e Mussolini, disse ter deixado claro ao republicano que não pagará por nada.

Controvérsias na paz

Opositores do acordo de paz assinado entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) apresentaram 1,3 milhão de assinaturas contra o tratado finalizado na última semana após quatro anos de negociação. À frente do movimento está o senador e ex-presidente, Álvaro Uribe, do partido Centro Democrático. Os colombianos decidirão se aceitam ou não os termos do tratado de paz em plebiscito no dia 2 de outubro. Em outra derrota para o governo colombiano, o papa Francisco anunciou que não fará parte do comitê de notáveis que escolherá os juízes de um tribunal especial, parte do acordo de paz com as Farc. O pontífice afirmou que é “mais apropriado que essa tarefa seja encomendada a outras partes”.

Google vs. Uber?

O aplicativo Waze, que fornece rotas de navegação, vem trabalhando num projeto de caronas que pode ameaçar aplicativos de transporte como o Uber e o Lyft. Chamado de Waze Carpool, o projeto convida motoristas a combinarem caronas pagas, e por enquanto, funciona apenas em San Francisco. O Waze pertence à Alphabet, companhia mãe do Google. Os investimentos da empresa em veículos autônomos também podem ameaçar o Uber, que já indicou que pretende entrar no ramo dos carros inteligentes em breve. No início da semana, David Drummond, vice-presidente sênior da Alphabet, anunciou sua saída do conselho diretor do Uber.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame