Diretor da ANA rebate acusação de Paulo Vieira
Vicente Andreus Guillo negou que órgão seja "cabide" de empregos e que tenha sido apontado para o cargo por José Dirceu
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 21h06.
Brasília - O atual diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreus Guillo, rebateu nesta segunda-feira (17) a acusação de Paulo Vieira, ex-diretor do órgão preso pela Polícia Federal (PF), que, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, afirmou que o órgão é um "cabide" de empregos e cargos comissionados.
Guillo ressalta que a agência possui atualmente 71 cargos comissionados. Destes, 37 são ocupados por pessoas de fora do serviço público. Apenas três foram nomeados a partir de 2010, quando o atual diretor-presidente assumiu o cargo. Em entrevista, Guillo afirma que recebe salário bruto de R$ 11.500, mais uma ajuda de 25% para moradia. "Os demais salários de quem não é do serviço público estão abaixo desse valor", afirma.
O diretor-presidente da ANA diz que foi indicado para o cargo pelo então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, negando a afirmação de Vieira que o apontou como apadrinhado do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. "Nunca fui dirigente da CUT, como ele (Vieira) disse. "Já fui do Sindicato dos Eletricitários de Campinas, filiado à CUT, e estava na Secretaria de Recursos Hídricos, do Ministério do Meio Ambiente, quando o ministro Minc me indicou", relata.
"Conheço José Dirceu porque sou antigo militante do PT, nunca tivemos relação próxima. Posso dizer que sou amigo dele como todos os militantes do partido. Dirceu deve ter sido informado da minha nomeação quando eu já estava aqui."
O diretor-presidente da ANA destaca que o orçamento anual da agência para projetos e investimentos é de cerca de R$ 226 milhões, oriundos basicamente de cobranças do setor elétrico. Os recursos de contratos com entidades não-governamentais correspondem a um porcentual "ínfimo" desse valor, segundo Guillo.
A folha de pagamento da agência, administrada pelo Ministério do Planejamento, é de R$ 365 milhões por ano. O órgão ainda recebe R$ 67 milhões de cobranças pelo uso da água, que repassa integralmente para os comitês das bacias Piracicana-Capivari-Jundiaí, Paraíba do Sul, São Francisco e Doce.
Guillo diz que, ao chegar à agência, no começo de 2011, Paulo Vieira foi "agressivo" e tentou sem sucesso chefiar a diretoria de Regulação e Fiscalização, recorrendo até mesmo à ex-assessora da Presidência Rosemary Noronha. "Ele dizia: 'Vou falar com a Rose, a agência não é de vocês'", relata Guillo. O diretor-presidente ressalta que não recebeu telefonema ou teve contato pessoal com Rosemary, mas que a ex-assessora esteve na agência.
Vieira teria ficado isolado na diretoria de Hidrologia, sem força política dentro da ANA. "Nessa área, ele não tinha como dar palpite", conta Guillo. "Ele nunca pautou nossas decisões na agência, posso garantir. Não há nenhuma outorga, portaria ou nota fiscal da ANA sob investigação", destaca. "(Quando estourou a Operação Porto Seguro) eu tinha sentimento de pena. Pensei que ele teria coragem de falar a verdade. O que não ocorreu. Agora, meu sentimento é de indignação. Ele é um delinquente e um mau-caráter, que só está abreviando a ida para a Papuda (prisão em Brasília)."
Brasília - O atual diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreus Guillo, rebateu nesta segunda-feira (17) a acusação de Paulo Vieira, ex-diretor do órgão preso pela Polícia Federal (PF), que, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, afirmou que o órgão é um "cabide" de empregos e cargos comissionados.
Guillo ressalta que a agência possui atualmente 71 cargos comissionados. Destes, 37 são ocupados por pessoas de fora do serviço público. Apenas três foram nomeados a partir de 2010, quando o atual diretor-presidente assumiu o cargo. Em entrevista, Guillo afirma que recebe salário bruto de R$ 11.500, mais uma ajuda de 25% para moradia. "Os demais salários de quem não é do serviço público estão abaixo desse valor", afirma.
O diretor-presidente da ANA diz que foi indicado para o cargo pelo então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, negando a afirmação de Vieira que o apontou como apadrinhado do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. "Nunca fui dirigente da CUT, como ele (Vieira) disse. "Já fui do Sindicato dos Eletricitários de Campinas, filiado à CUT, e estava na Secretaria de Recursos Hídricos, do Ministério do Meio Ambiente, quando o ministro Minc me indicou", relata.
"Conheço José Dirceu porque sou antigo militante do PT, nunca tivemos relação próxima. Posso dizer que sou amigo dele como todos os militantes do partido. Dirceu deve ter sido informado da minha nomeação quando eu já estava aqui."
O diretor-presidente da ANA destaca que o orçamento anual da agência para projetos e investimentos é de cerca de R$ 226 milhões, oriundos basicamente de cobranças do setor elétrico. Os recursos de contratos com entidades não-governamentais correspondem a um porcentual "ínfimo" desse valor, segundo Guillo.
A folha de pagamento da agência, administrada pelo Ministério do Planejamento, é de R$ 365 milhões por ano. O órgão ainda recebe R$ 67 milhões de cobranças pelo uso da água, que repassa integralmente para os comitês das bacias Piracicana-Capivari-Jundiaí, Paraíba do Sul, São Francisco e Doce.
Guillo diz que, ao chegar à agência, no começo de 2011, Paulo Vieira foi "agressivo" e tentou sem sucesso chefiar a diretoria de Regulação e Fiscalização, recorrendo até mesmo à ex-assessora da Presidência Rosemary Noronha. "Ele dizia: 'Vou falar com a Rose, a agência não é de vocês'", relata Guillo. O diretor-presidente ressalta que não recebeu telefonema ou teve contato pessoal com Rosemary, mas que a ex-assessora esteve na agência.
Vieira teria ficado isolado na diretoria de Hidrologia, sem força política dentro da ANA. "Nessa área, ele não tinha como dar palpite", conta Guillo. "Ele nunca pautou nossas decisões na agência, posso garantir. Não há nenhuma outorga, portaria ou nota fiscal da ANA sob investigação", destaca. "(Quando estourou a Operação Porto Seguro) eu tinha sentimento de pena. Pensei que ele teria coragem de falar a verdade. O que não ocorreu. Agora, meu sentimento é de indignação. Ele é um delinquente e um mau-caráter, que só está abreviando a ida para a Papuda (prisão em Brasília)."