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Dilma ressaltará a Obama potencial econômico e energético do país

Conversas entre os dois presidentes devem girar em torno da questão energética e do fornecimento de petróleo, biocombustíveis, minerais e alimentos para os EUA

A presidente Dilma quer mostrar para Obama o potencial brasileiro (Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2011 às 17h11.

Brasília - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, terá no sábado em Brasília seu primeiro encontro com a chefe de Estado brasileira, Dilma Rousseff, quem aposta no potencial econômico e energético do Brasil para estreitar os laços com o Governo americano.

Para Dilma, Washington tem consciência de que o Brasil é um país que assumiu seu papel internacional e pode ser um parceiro importante dos EUA.

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A Casa Branca anunciou que as relações econômicas e comerciais, com ênfase na área de energia, serão os principais assuntos abordados na reunião entre os dois governantes.

Dilma ressaltou que o Brasil tem a oportunidade única de se transformar em um poderoso fornecedor de petróleo, biocombustíveis, minerais e alimentos e que deseja estabelecer associações com outros países para explorar todo esse potencial.

Em um período em que o mundo teme a falta de fornecimento de petróleo devido às revoltas nos países árabes e os conflitos políticos com a Venezuela, um de seus grandes abastecedores, os Estados Unidos viram o Brasil como um potencial fornecedor dessa matéria-prima.

O promissor futuro do petróleo no Brasil está no pré-sal, que pode ter reservas de 80 bilhões de barris.

Segundo o analista David Zylbersztajn, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Brasil pode se beneficiar do fato de os EUA consumirem 25% da produção mundial de petróleo e da necessidade de o país diversificar suas fontes de fornecimento.

As previsões da Petrobras indicam que o pré-sal produzirá cerca de 240 mil barris diários em 2014, 1 milhão em 2017 e 1,8 milhão em 2020, quando a produção total da empresa poderá ser de 4,8 milhões de barris por dia, com grandes excedentes para a exportação.

O interesse que essa riqueza desperta em Washington foi ressaltado pelo chanceler brasileiro, Antonio Patriota, quem disse que os Estados Unidos manifestaram interesse em importar petróleo do Brasil no futuro e que vêem o país como um importante fornecedor.

Embora não tenha sido confirmado oficialmente, a imprensa local afirma que Obama anunciará no sábado créditos de US$ 1 bilhão para financiar o desenvolvimento do pré-sal.

A vertente econômica da visita de Obama será reforçada por duas reuniões com empresários no sábado em Brasília.

Uma delas contará com a presença de uma dezena de grandes empresas de cada país, enquanto a outra reunirá centenas de empresários de companhias menores, a fim de reforçar uma troca comercial que em 2009 foi de US$ 46 bilhões, com um déficit de US$ 8 bilhões para o Brasil.

A diversificação do comércio brasileiro e a crise global fizeram da China o principal parceiro comercial do Brasil, posição que antes era ocupada pelos Estados Unidos.

Com essa intensa agenda econômica e comercial, ambos os Governos também esperam acabar com as diferenças políticas surgidas devido à aproximação do Brasil com Irã e Cuba e às suas divergências sobre o Oriente Médio e diversos assuntos latino-americanos.

O programa oficial da visita do presidente americano também parece orientado a criar uma relação estreita entre Obama e Dilma, que no sábado terão uma reunião privada, compartilharão um almoço e participarão de reuniões com empresários.

Concluídas essas atividades, Dilma receberá Obama no Palácio da Alvorada, para um coquetel com poucos convidados, que, segundo fontes consultadas pela Agência Efe, dará espaço para uma conversa "mais íntima e distendida".

Obama partirá ainda no sábado para o Rio de Janeiro, onde está previsto que visite o Corcovado e pronuncie um discurso, que inicialmente seria na praça da Cinelândia e agora se prevê que ocorra no Teatro Municipal.

Na segunda-feira de manhã, o presidente dos EUA partirá para o Chile, segunda escala de sua viagem pela América Latina, que terminará em El Salvador.

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