Na Argentina, Dilma recebe prêmio por sua trajetória militante
"É uma honra receber este prêmio, que é um prêmio que representa a capacidade de não se calar, a capacidade de resistir", disse a ex-presidente
EFE
Publicado em 12 de maio de 2017 às 06h44.
Última atualização em 12 de maio de 2017 às 06h44.
Buenos Aires - A ex-presidente Dilma Rousseff recebeu nesta quinta-feira na Argentina o prêmio Rodolfo Walsh, outorgado anualmente pela Universidade Nacional de La Plata (UNLP).
"É uma honra receber este prêmio, que é um prêmio que representa a capacidade de não se calar, a capacidade de resistir, de acreditar em nossas próprias convicções", declarou Dilma ao receber a distinção na categoria "Presidentes Latino-Americanos para a Comunicação Popular".
A UNLP determinou durante o Encontro Internacional pela Emancipação das Mulheres que a ex-presidente brasileira devia ser a vencedora do prêmio, por considerá-la "um exemplo de trajetória político-acadêmica, compromisso militante e coerência nos princípios e na ação".
Os organizadores destacaram ainda sua luta "contra a concentração midiática" e "contra a pobreza", ao mesmo tempo em que lembraram que "em 2005 se tornou a primeira mulher da história do Brasil a ocupar um cargo mais elevado que o de ministro, ao ser nomeada por Luiz Inácio Lula da Silva como chefe da Casa Civil".
Dilma citou em seu discurso a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner (2007-2015), que também recebeu este prêmio em 2010 e sobre quem disse que, "além de respeitar a política latino-americana", considerava "uma grande amiga".
Outros vencedores deste prêmio, entregue pela Faculdade de Jornalismo e Comunicação Social da universidade argentina, foram o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez (1999-2013), o chefe de Estado equatoriano, Rafael Correa; e o governante boliviano, Evo Morales.
O ato de entrega do prêmio aconteceu em La Plata, capital da província de Buenos Aires, e acompanhado por personalidades da política e organizações sociais como a presidenta da associação Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, que presenteou Dilma com um lenço branco, emblema da entidade argentina.
"É preciso coragem para suportar os anos duros das ditaduras latino-americanas", destacou a ex-presidente, ao referir-se a este encontro, acrescentando que os familiares dos desaparecidos durante a última ditadura argentina (1976-1983) são um "símbolo de esperança".
O prêmio Rodolfo Walsh, batizado com o nome do jornalista e escritor argentino considerado um dos mais importantes do continente, é entregue todo ano e distingue a trajetória profissional, o trabalho jornalístico do ano e a melhor tese de investigação jornalística em âmbitos universitários da Argentina.