Dilma foi excessivamente responsável, diz Belluzzo no Senado
Segundo o economista, o impacto provocado pela edição dos decretos suplementares, mesmo sem autorização do Congresso Nacional, foi “ridículo”
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2016 às 15h21.
Primeira pessoa indicada pela defesa da presidenta afastada Dilma Rousseff a ser ouvida no julgamento do impeachment , o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, disse que ela foi excessivamente responsável com as medidas fiscais de 2015 e afirmou que “o afastamento da presidente pelos motivos alegados é um atentado à democracia”.
Segundo ele, o impacto provocado pela edição dos decretos suplementares, mesmo sem autorização do Congresso Nacional, foi “ridículo”.
Belluzzo fala na condição de informante a pedido do advogado José Eduardo Cardozo, que solicitou a mudança para evitar novos tumultos na sessão – marcada por debates em torno da suspeição das testemunhas arroladas.
O economista afirmou que, no momento em que os decretos presidenciais foram expedidos, “a presidente tinha feito um contingenciamento de R$ 70 bilhões e posteriormente outro de R$ 8,5 bilhões", disse.
A medida, segundo ele foi tomada, sem sucesso, na tentativa de compensar os efeitos da queda de arrecadação. "Foi excesso de responsabilidade fiscal”, disse.
Belluzzo afirmou que, ao contrário do que sustenta a acusação, em 2015, “houve uma 'despedalada' porque, no momento em que a economia estava perdendo receita, a presidente fez o contingenciamento".
"Isto se chama ação pró-cíclica”, completou. Ele acrescentou que já em 2014 previa que o ajuste fiscal iniciado naquele momento teria as consequências que teve.
"A política fiscal executada ao longo de 2015 levou a uma contração brutal da receita. Fazendo uma analogia entre a economia e um pugilista abatido, Belluzzo afirmou que “para reanimá-lo, [o governo] lhe deu um soco na cabeça".
Sobre o Plano Safra, Belluzzo destacou que os efeitos de um corte do benefício direcionado a agricultores “seriam muito graves porque você desampararia a agricultura brasileira”.
O economista ainda afirmou que a atuação do governo não configura uma operação de crédito, mas sim uma operação fiscal.
“Uma operação de credito é uma coisa muito bem definida: em que alguém cede dinheiro para receber de volta mediante pagamento de juros. A relação de crédito está estabelecida entre o Banco do Brasil e o mutuário do setor agrícola. Por que isso não está contemplado no Orçamento, o subsídio que deve ser destinado ao Plano Safra? Está. Então isso é uma operação fiscal, não é uma operação de crédito, claramente não é”, afirmou.
O economista segue sendo questionado apenas por parlamenteares que defendem a manutenção do mandato de Dilma Rousseff. Para dar celeridade à oitiva das testemunhas da acusação, os senadores favoráveis ao impeachment abriram mão de fazer perguntas.
Além de Belluzo, mais quatro pessoas – indicadas pela defesa – devem ser ouvidas hoje. Na lista, está o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa.
Primeira pessoa indicada pela defesa da presidenta afastada Dilma Rousseff a ser ouvida no julgamento do impeachment , o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, disse que ela foi excessivamente responsável com as medidas fiscais de 2015 e afirmou que “o afastamento da presidente pelos motivos alegados é um atentado à democracia”.
Segundo ele, o impacto provocado pela edição dos decretos suplementares, mesmo sem autorização do Congresso Nacional, foi “ridículo”.
Belluzzo fala na condição de informante a pedido do advogado José Eduardo Cardozo, que solicitou a mudança para evitar novos tumultos na sessão – marcada por debates em torno da suspeição das testemunhas arroladas.
O economista afirmou que, no momento em que os decretos presidenciais foram expedidos, “a presidente tinha feito um contingenciamento de R$ 70 bilhões e posteriormente outro de R$ 8,5 bilhões", disse.
A medida, segundo ele foi tomada, sem sucesso, na tentativa de compensar os efeitos da queda de arrecadação. "Foi excesso de responsabilidade fiscal”, disse.
Belluzzo afirmou que, ao contrário do que sustenta a acusação, em 2015, “houve uma 'despedalada' porque, no momento em que a economia estava perdendo receita, a presidente fez o contingenciamento".
"Isto se chama ação pró-cíclica”, completou. Ele acrescentou que já em 2014 previa que o ajuste fiscal iniciado naquele momento teria as consequências que teve.
"A política fiscal executada ao longo de 2015 levou a uma contração brutal da receita. Fazendo uma analogia entre a economia e um pugilista abatido, Belluzzo afirmou que “para reanimá-lo, [o governo] lhe deu um soco na cabeça".
Sobre o Plano Safra, Belluzzo destacou que os efeitos de um corte do benefício direcionado a agricultores “seriam muito graves porque você desampararia a agricultura brasileira”.
O economista ainda afirmou que a atuação do governo não configura uma operação de crédito, mas sim uma operação fiscal.
“Uma operação de credito é uma coisa muito bem definida: em que alguém cede dinheiro para receber de volta mediante pagamento de juros. A relação de crédito está estabelecida entre o Banco do Brasil e o mutuário do setor agrícola. Por que isso não está contemplado no Orçamento, o subsídio que deve ser destinado ao Plano Safra? Está. Então isso é uma operação fiscal, não é uma operação de crédito, claramente não é”, afirmou.
O economista segue sendo questionado apenas por parlamenteares que defendem a manutenção do mandato de Dilma Rousseff. Para dar celeridade à oitiva das testemunhas da acusação, os senadores favoráveis ao impeachment abriram mão de fazer perguntas.
Além de Belluzo, mais quatro pessoas – indicadas pela defesa – devem ser ouvidas hoje. Na lista, está o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa.